“Planto flores no caminho para que não me faltem as

borboletas. Foram elas que me ensinaram que o casulo

não é o fim. É o começo."

Day Anne



29 de nov. de 2011

Qual é o sinal?




O sinal fechou e eu, a contra gosto, parei. [Estava atrasada...]
Pois é, tá ficando sintomático isso...rs

Voltando, mal o carro parou, dois rapazes se aproximaram da janela, um deles munido de uma câmera. O sorriso que acompanhou o pedido para baixar o vidro me convenceu - uma simpatia mesmo, conferi na seqüência. Era uma entrevista relâmpago, me disse ele, uma única pergunta [tá certo, eu respondo, moço (chamava Rodrigo, escrito no crachá de identificação)].

- Como você vê o trânsito da nossa cidade?
Bem, pra te falar do trânsito, vou precisar falar das pessoas - o trânsito só é o reflexo, o sintoma do que está acontecendo com a gente. E não vou te falar do estresse como causa, porque vai além...o caos das ruas está na ansiedade, na intolerância dos sujeitos, no desrespeito, na falta de educação, do bom senso e na pressa - e antes que eu prossiga narrando, veja minha frase inicial, logo, me incluo, mesmo evitando cometer infrações!
Além disso, tem a galerinha distraída...com a(o) namorada(o) do lado, com o filho na cadeirinha do banco de trás, com a música (se tocar a sirene da ambulância ou da Polícia, quem ouve??), com o celular, com o iIsso, o iAquilo...rs. E, muitas vezes, o que mais distrai é o devaneio em busca das soluções para os problemas...a gente viaaaaaaja procurando a melhor alternativa enquanto o farol fecha - quando abre, o apressado de trás cutuca e a gente, instintivamente, acelera...
Hã...Resumir?
- Quer saber? acho que as pessoas não se dão conta, seus comportamentos são apenas o reflexo daquilo que muitas vezes nem percebem, e assim, no trânsito, evidenciam a sua desorganização interna, dirigem seus carros como suas vidas: desatentos, displicentes, atropelando-se, e não diminuem a marcha até serem paradas - pelo guarda, pela doença, por quem não agüenta conviver com a loucura...
- Hein? Qual é minha profissão? Mas não era uma pergunta só?, respondi rindo já esperando o sorriso que vi, acompanhando a lógica dele: - logo vi! Obrigado, moça!

Abriu o sinal e eu segui, pensando: qual afinal, é o sinal que estão me dando? (ou que estou recebendo?)

24 de nov. de 2011

Estamos vivendo um paradoxo.




Nunca se ouviu tanto falar em solidão e recolhimento – pretensamente com o subtítulo de prática para o crescimento espiritual. Evidente que a evolução deve ser buscada e oferece elevação para o espírito daquele que a busca. Essa procura é mesmo solitária, e a isto chamamos solitude. Trata-se de outra coisa, para a qual te convido a acompanhar-me nesta reflexão.

Eu estava parada num cruzamento movimentado do centro da cidade, esperando abrir o farol. Não pude me furtar a observar o ritmo frenético das pessoas que passavam, e mais do que passos apressados, observei-lhes as faces, os ombros, a postura do corpo projetado pra frente, como escudo a um obstáculo invisível. Os motoristas compondo uma dança de avança_sinal_atropela_transeuntes, numa pressa justificada pelo relógio que marca sempre a hora acelerada de dias intermináveis. Sondei o incômodo que senti diante dessa coisa grotesca que chamamos hora do rush.

Que resistência é essa que tornamos clara no corpo?

Que peso é esse que sobrecarrega nossos ombros?

Que tensão é essa que se dobra nas rugas dos rostos jovens, nas marcas claras de um disfarçado aborrecimento, da insatisfação?

Onde fica o que tanto buscamos?

E pra onde essa gente vai com tamanha sofreguidão?

Que vida caricata é essa que levamos? – me perguntei.

E passei a correlacionar esse aspecto com outro: não há precedentes de tanta exposição emocional nas redes sociais – nunca foi declarada a solidão das pessoas como agora, pedidos claros de afeição, de atenção. Misteriosamente, essas pessoas que desejam ser ouvidas, que sonham com uma atenção especial, cada vez mais se refugiam na virtualidade das relações. Será que ali encontram um conforto que acomoda as sensações de abandono, de exclusão, de não pertencimento? Talvez possam ser o que são, ou não precisem dar tantas explicações, recebam melhor aceitação, menos críticas, mais...o que?

Essa modalidade pretere as relações em que nos permite conversar com os olhos nos olhos de nosso interlocutor, onde um abraço toca o corpo e a alma, quando é possível secar o pranto de um amigo, consolar uma dor com o afago de mãos carinhosas. Estar diante de pessoas é mais do que colocar nossos ouvidos à disposição, é estar em prontidão para uma troca afetiva que envolve a presença, em que um olhar confirma um mínimo gesto em direção ao outro, quando o beijo pode ser cúmplice daquele amor, quando a atenção e o carinho podem fazer a diferença. Onde foi parar esta nossa preferência de conviver em sociedade? Como o partilhar de nossas existências pôde ser reduzido ao clique de um botão?

Também isto apareceu nesta conjuntura reflexiva. Em uma casa de chá assisti a uma cena triste: um casal jovem, ela grávida. Ao que parece, foram buscar uma encomenda, e, enquanto aguardavam, tomaram um café. Ela se dirigiu ao balcão, depois à mesa, e ele sempre ao seu lado...manuseando sofregamente seu iPed. Ela falava e ele respondia sem olhar. Ela escolheu o salgado para os dois enquanto ele se contentava com a tela à sua frente. - Em que ambiente essa criança vai viver? – pensei. Bem, terá sua mãe, então com sorte não precisaria sair da maternidade com um eletroeletrônico para si, junto das fraldas...

Mas não precisei sair às ruas para ver o absurdo em que caímos. Em um almoço familiar as crianças e jovens participam com as cabeças baixas, dedos ágeis nos seus joguinhos de ultima geração. Assustam-me as conversas que não terei com meus netos, caso façamos de seus mundos essa alienação repleta de um vazio ensurdecedor...

Você acha que é só esta a questão?

Outro aspecto merece que prestemos urgente atenção. Quer ver?

Se observarmos mais profundamente, quem é que para pra ouvir aquele conhecido e automatizado: - oi, tudo bem? - quando cruza com alguém? Até mesmo ao encontrarmos com alguém, para o mesmo cumprimento, a resposta sequer acompanha o olhar, que já está perdido lá na frente da próxima obrigação. Experimentei surpreender na resposta, e precisei conter o riso ante o menear rápido de uma cabeça e lábios entreabertos de surpresa diante de meu “não, não estou bem.

Isso mostra a hipnose coletiva que vivemos? Por isso as queixas são parecidas, então...

Ouvimos falar da privacidade e da individualidade – direitos legítimos que defendo como essenciais à nossa formação. Mas...quando foi que nos tornamos individualistas e perdemos o interesse pelas pessoas que nos cercam? – as mesmas que acusamos de abandono, que, retribuindo na mesma moeda, contribuímos para afastar mais e mais, segregando-nos e ao outro, como ilhas a namorar o mar que as rodeia.

Substituímos por valores mais fortes e consistentes aqueles que cresceram enraizados nas nossas entranhas? O que foi feito das reuniões familiares que rendiam aos domingos os melhores momentos ao reunirem as pessoas que planejavam antecipadamente o cardápio, escolhiam músicas, doces, e contavam longas histórias numa roda de intermináveis conversas cheias de risadas e crianças andando de bicicleta e correndo à volta? Elas eram barulhentas, mas enchiam de vida a vida dos adultos que, por sua vez, as levavam ao parque enquanto conversavam com outros pais, tomavam decisões importantes em conversas que eram retomadas – hoje as coisas são decididas pra ontem, ponderadas rapidamente, espremidas nos carros enquanto seguem para seus trabalhos, muitas vezes absortos no trânsito, ou, como eu que, ali em companhia de minhas músicas preferidas, mergulhada no trânsito caótico de uma cidade inchada de carros, divagava com o olhar perdido em algum lugar dentro de mim mesma...

Muito pessimismo meu, você está achando? Em qual parte deste texto você já se enxergou? Em qual ponto da leitura tua inquietação começou? Qual sentimento minha reflexão despertou aí dentro de você?

Ah, tua indignação é porque você faz parte daqueles que se enquadram na descrição dos almoços em família? Você [ainda] se reúne com os avós, os tios, jogam cartas, discutem política, mostram os artesanatos que fizeram, trocam receitas, discutem as novelas e seus excessos, fazem passeios, cantam, dançam e viajam juntos. Você também foi ao parque neste fim de semana!!! Sim, existe tudo isso e é maravilhoso, e não estou aqui dizendo que somos a minoria. Ou somos?

Talvez esteja estranhando, se perguntando onde está aquela mulher que demonstra tanto otimismo e fé na natureza humana. Claro que não pintei um retrato sem solução ou sem alma, menos ainda estou fazendo apologia à solidão humana – mas, justamente por preocupar-me com o ser humano, ser aquela que crê na felicidade e defensora de suas infinitas possibilidades de realização, penso que se a gente não tomar cuidado, não prestar atenção - não despertar - poderá entrar nessa barganha infeliz de trocar a vida pela plastificação dos sentimentos, pela destonalização das emoções, e não há remédio que combata esse mal, não conheço efeito mais triste, devasta_dor, do que aquele que consiga afetar nossa alegria de viver. Você conhece?


20 de nov. de 2011




Eu hoje não olhei pra porta fechada, prestei atenção na janela aberta.
Ou era porta a abertura que mostrava a paisagem dos meus sonhos?

19 de nov. de 2011

José Saramago




“Escrever é traduzir. Mesmo quando estivermos a utilizar a nossa própria língua. Transportamos o que vemos e o que sentimos para um código convencional de signos, a escrita, e deixamos às circunstâncias e aos acasos da comunicação a responsabilidade de fazer chegar à inteligência do leitor, não tanto a integridade da experiência que nos propusemos transmitir, mas uma sombra, ao menos, do que no fundo do nosso espírito sabemos bem ser intraduzível, por exemplo, a emoção pura de um encontro, o deslumbramento de uma descoberta, esse instante fugaz de silêncio anterior à palavra que vai ficar na memória como o rasto de um sonho que o tempo não apagará por completo.”


Do comentário do amigo Manuel,
criei esta segunda ilustração.



18 de nov. de 2011

Ser feliz...





Que tal AGORA???




17 de nov. de 2011

Isto sim é uma reforma!




Acesse o link para ver a apresentação que a Odebrecht fez em 3D, da reforma completa que o Estádio do Maracanã receberá para os jogos da Copa de 2014.

15 de nov. de 2011

E de repente essa vontade de um abraço...




Não sei bem quando a saudade chegou, sei que o tempo parou e senti um cheiro, ouvi um riso, e o coração se apertou quando enxergou dentro de si os olhos vivos, brilhando. Imediatamente fechei os meus e mergulhei nas sensações, sentindo a urgência de espremer a distância, de estreitar nos braços o corpo pequeno. Fiquei assim, por longos minutos, como que materializando a cena, até o momento em que, pra minha surpresa, outro corpo se insurgiu, e os meus braços se abriram de novo, e então percebi que estava preenchida daquele calor que só um abraço tem. O tempo parou do lado de fora de minhas emoções, e senti que nesses abraços imaginários (?) estava trocando mais do que o calor físico, muito, muito mais do que a proximidade de corpos supostamente distantes.
Nesse mergulho profundo, muitos outros abraços troquei, a cada um que abraçava, sentia a linguagem própria desse contato que ultrapassa o físico, permitindo que me invadissem o conforto, a maciez, a intensidade, a ternura, a amizade, a sensação maravilhosa de voltar pra casa.
Nesta manhã de feriado que esvazia as horas, pude sentir as ondas de emoção passeando pelo corpo que, cativo dos (a)braços queridos, se fez refém desse momento renovador.
Você também já deve ter sentido que o abraço da despedida é diferente do trocado no encontro, e também que num único abraço cabem as tristezas divididas e as alegrias partilhadas, e que eles enlaçam as vitórias e estreitam o afeto.
Abraçar alguém mostra que realmente nos importamos, que sentimos afeto, que transmitimos carinho, aconchegamos junto aos corpos, infinitas sensações. O abraço mostra confiança, oferece compreensão, protege, acalenta. Abraço forte aplaca o medo, e cúmplice, compartilha segredos. O abraço comemora, parabeniza, junta pedaços e acolhe.
Um abraço carrega energia, transmite calor, derrete o gelo, enxuga lágrimas e afasta tristezas.
Num abraço explodem sentimentos reprimidos, transbordam as emoções escondidas quando expande o bem-querer pelo outro.
O abraço pode ser coletivo, pode ser múltiplo daqueles sentimentos que a timidez evita mostrar. Abraços são silenciosos, ou festivos, barulhentos, efusivos, calorosos, apertados, balançados, de frente, costas e lado!
No abraço tem a entrega, a permissão, o desejo, a carícia, a prontidão. Tem abraço de compaixão, de perdão, com gratidão. Tem amor, tem respeito, tem saudade no laço do abraço.
Abraços falam coisas que as palavras não sabem dizer, e naquele momento parece mesmo que os braços alcançam a alma daquele corpo que tem o coração batendo junto com o da gente.

Melhor do que olho no olho
contando ao outro que ama,
só se der esse recado,
nesse outro abraçado!

E você, já deu um abraço hoje? Se ainda não, não perca mais tempo, e se não tem a quem abraçar neste instante, feche os olhos como fiz, e sinta-se por mim envolvido(a) num terno, amigo, carinhoso abraço!!


14 de nov. de 2011

Tecendo 15




Da "Série Amar é" no Tecendo Ideias


13 de nov. de 2011

Shakespeare

Com certeza você conhece esta mensagem, mas penso que vale a pena ouvi-la mais uma vez.

Boa semana pra você!
Beijos





"...passei uns dois minutos de olhos fechados,
sentindo o seu calor e o seu perfume,
ouvindo uma música que não existe."





O mar

Ele me fascina, suas águas banham a energia que sinto penetrar na minha alma contemplativa.
Sou capaz de ficar horas admirando sua imensidão e beleza sem igual. O movimento das marés parece meus altos e baixos, enquanto vejo suas cores se diluírem no branco da espuma que lambe a areia.
Por ele navegam embarcações e nele arrisco permitir o meu coração flutuar - embarcado pelo timoneiro que o guia sem direção, pois segue-lhe o clamor espalhado pelo vento que deixa arisca a água que o embala, querendo o bailar das ondas em que mergulha na mais profunda paz e alívio das inquietações.
O mar me respinga gotas do calmante que seda minhas aflições, alinhava sensações de prazer e tece alças imaginárias a prende-lo em minha alma. Mais que formoso, ele é energético, uma força da natureza que invade meu ser quando o contemplo na manhã preguiçosa, ou quando arde sob o sol causticante, no cair das tardes amareladas ou nas noites estreladas - da areia, da varanda ou do terraço, seu cheiro, murmúrio e esplendor preenchem meus sentidos!
Ao mar me rendo, entregue à sua magia e profunda paz. Não sou boa marinheira, mas não reluto aos seus encantos naturais!

Pensando 32




Da "Série Pensamentos" no Tecendo Ideias


Momentos...




"...vem e trás contigo essa paz tão esperada..."




12 de nov. de 2011

O amor...


E o amor, quando se agiganta, fica [muito] maior do que as tristezas porque já superou as decepções, então, toma conta do corpo, da mente, invade os recantos da gente e chega onde se escondeu a saudade - e dela vem a precisa informação: que sente falta do abraço quente, do sussurro no ouvido, sente o cheiro e o calor das mãos.
Esse amor, quando aparece, desafia o medo, enlouquece os sentidos até que, cativos, confessem a falta que sentem do arrepio na nuca, da pressão das mãos no corpo entregue sem medida, do beijo terno em cada despedida.
Esse amor que faz desejar, sem rodeios, estar com quem ama e cobrir esse alguém de carinho, é aquele que incendeia cada parte adormecida quando desperta as mais profundas emoções. O amor quando cresce, encolhe as desavenças, é como água fresca num dia escaldante, é a brisa que reanima o riso fácil e com a voz mansa repete que ama, enquanto olha dentro dos olhos que exalam o carinho que a alma acolhe enquanto se inflama.
Esse amor que tem urgência é a mistura da saudade com a vontade de fechar os olhos e descansar a cabeça no ombro, aninhar-se no colo e ouvir as palavras mágicas que curam todas as feridas.
Esse amor se parece com fazer uma viagem sem roteiro e não querer voltar antes do amanhecer, é não esgotar jamais o imenso bem-querer, é olhar pro céu e ver estrelas cadentes pra terra descer.
O amor que se avoluma e preenche, rouba todo o espaço das inquietações e pinta de branco os buracos negros das amarguras, enquanto as mágoas desbotam ao desfilar no tapete dos sonhos lindos do amanhã.
Esse amor é vida que lateja quando nos ronda, é maior que tudo, é verso das cantigas pra ninar e prosa alegre nas noites de luar.
Esse amor tão grande quanto o assombro que nos toma, transforma em dia a noite que há no coração, é como música que embala a saudade, não escapa nada, nenhuma emoção - dançam todas ao som dessa linda canção!



* Atendendo ao pedido Rê, imortalizado está!

8 de nov. de 2011

Esqueci meu livro!



Dê o Passo
A ponte estará lá
Grace Cirocco



Encontrei esta resenha que expressa o motivo pelo qual ele foi minha escolha. Dentre os muitos que pensei em "esquecer", optei por este por algumas razões, como entender que seria lido por ter aspecto de auto-ajuda (as pessoas nunca buscaram tanto como agora!), e porque, de fato, propicia a descoberta do potencial que cada um tem e muitas vezes desconhece. A autora incita o leitor para algumas reflexões substanciais, transformadoras, como identificar quais são os fatos e valores que nos movem. Para a autora, algumas pessoas têm uma visão equivocada da felicidade, acreditam que para ser verdadeira, deve ser constante e contínua, quando sabemos, a uniformidade é impossível, por isso a impermanência das coisas..
Muitas vezes nos encontramos em um ponto da vida em que achamos que perdeu o sentido, por isso precisamos encontrar algo que nos traga de volta a vontade de viver. Neste livro o leitor pode ser inspirado a iniciar um processo bonito de busca pelo autoconhecimento, em direção ao (re)encontro do significado da vida.

"Cada página nos oferece um alimento para a alma. Fiquei emocionado com a paixão pela vida e sinceridade de Grace."
Dr. Wayne W. Dyer


"Um livro maravilhoso e comovente, cheio de idéias e inspirações que vão levá-lo a novos patamares de autoconhecimento e autoconsciência."
Brian Tracy


Desta vez tive dificuldade para decidir onde esqueceria o livro. Resolvi colocá-lo na bolsa, até a noite encontraria o lugar onde, distraidamente, o esquecer em cima de algum lugar suficientemente visível. Como não acredito em acasos, precisei dar uma rápida passada num cartório - não sabia que teria brecha para isso - e lembrei do livro no instante em que abri a bolsa. Quase desisti porque não poderia fotografar - pensei no celular, mas sua câmera me trairia, tamanho o barulho que faz! Tudo certo, pensei, você não terá outra oportunidade hoje!
E assim fiz, não sem antes escolher um assento discreto, mais ao canto, onde ninguém me chamaria quando levantasse: "a senhora esqueceu o livro..."

Enquanto estava no balcão ainda suspendi a respiração quando uma moça me olhou, e até intuo que ela possa tê-lo visto depois. Como a capa é escura e o assento era preto, acho que não chamou atenção.
Desejo que quem o encontrou faça boa leitura. Antes de despedir-me dele, abri aleatoriamente. Transcrevo uma citação após o subtítulo de uma parte do capítulo da coragem. Confesso a surpresa que tive ao ver a autoria da citação, sou leitora dele nos últimos anos.

AJA COMO SE SOUBESSE

Aja como se fosse algo e você o atrairá para si.O modo pelo qual você age como se fosse é o que você se torna
Neale Donald Walsh

7 de nov. de 2011

Vamos esquecer um livro?




Já estamos na terceira edição desta ideia genial.
Junte-se a nós!

Confira aqui como participar.

Quando você conhecer a proposta, também poderá se apaixonar pela ideia (vou torcer por isso!).

3 de nov. de 2011

Recadinho...




Prometo!


Fica meu beijo com o desejo de um fim de semana maravilhoso!


Só um mimo!




Rodolfo,

Não sei versejar,
não tenho como retribuir
os carinhos que me faz.

Mago, querido,
fui viajar e te encontrei
numa noite a passear.

Não sei poetar,
isto é só diversão,
só me resta te mimar!



2 de nov. de 2011

Findou-se...




Finados é o dia de lembrarmos os mortos.
Penso que seja apenas um dia a consagrar a vida que teceu a trama dos encontros, sinalizando que findou esse contato do abraço, a possibilidade de recostar no ombro e de apertar as mãos, dividir um copo de suco ou ter a companhia numa viagem. Apreciar juntos um chá ou compartilhar sonhos. O telefone emudece e passar diante da casa onde viveu provoca a nostalgia de momentos eternizados nas entranhas da gente.
Aqueles que se foram não conseguimos mais tocar, findou-se esse humano contato, entretanto, no plano amoroso em que os guardamos, permanecem ao ponto de suas presenças, muitas vezes, anunciarem cheiros e sons. É a vida que mantemos ativa pelas lembranças tantas e amor que não morre.
A morte é o término de uma passagem, mas a caminhada é mais extensa do que sugere um calendário humano.
A todos os amores que permanecem, minha homenagem e saudade. Findou-se apenas a alegria de nossos encontros.