“Planto flores no caminho para que não me faltem as

borboletas. Foram elas que me ensinaram que o casulo

não é o fim. É o começo."

Day Anne



31 de mai. de 2009

A chama cor-de-rosa

O amor convive nos mais inusitados recônditos, e não se faz plural porque é único. É idêntico para todos, um só, embora pareça desigual ou se mostre diferente. A semelhança, porém, termina onde começam as diversas maneiras de demonstrá-lo, de ser vivenciado, exaltado ou, tão comum, repelido, relegado.

O amor é dito, confesso, declarado, cantado, rimado, usado como meio e desculpa. Realiza proezas e é um símbolo. Ele mora nos olhos, está nos gestos ou contido em intenções simples. É generoso e perfeito, servindo de alimento aos imperfeitos seres, irrigando seus corações e aquecendo suas vidas.

O amor coexiste com uma gama inimaginável de sentimentos tolos e inúteis, e penso que seja para lhes neutralizar o vazio contido nas banalidades, uma vez que Sua Excelência, o Amor, não combina com hostilidade, ofensa, pequenez e frivolidades. Amor é mais que sentimento, é atitude.

Ocorre-me que o “Mestre” Amor, posto que é sábio, existe para acolchoar as almas geladas pelo frio do medo, seu oposto – e oponente mortal. Regido por leis superiores, não sobrevive vegetativo no eco de um silêncio letal. O amor é o bem precioso cujo maior feito é o de combater seu inimigo maior. O medo usa de seus intermináveis artifícios, e o diálogo é o meio seguro que favorece que duas visões unifiquem o desejo que permite aparar todas as arestas que façam sombra sobre os corações.

O amor se mostra. Tem rosto, nome, cheiro, cor (de rosa) e carrega mil sonhos. Nunca está oculto, se denuncia, se entrega. O amor é a essência que suplanta tudo. E como um verdadeiro milagre, atua com pouco ruído em nossas vidas. Os barulhos, estes, nós produzimos!





"Na vida, temos uma escolha entre dois caminhos: o caminho da consciência e o caminho da indiferença [...] Quando desligamos os sentimentos negativos, desligamos tudo, sentimentos bons, ruins, belos, feios. Ficamos entorpecidos, e esse é o caminho da indiferença."

Grace Cirocco escreveu "
Dê o passo, a ponte estará lá", e faz considerações apaixonantes e apaixonadas ao abordar temas cotidianos ao nosso coração e à vida.

♥ Escolhendo entre dois caminhos - do Capítulo "
Paixão"


O limite para a tomada das mais difíceis decisões esbarra na fronteira imposta pela trincheira do medo. Tendemos a construir muros com as pedras do caminho ao invés de pontes, humanos que somos. E a abrir imensos abismos no lugar onde falta a certeza que afasta a coragem. No entanto, é lícita a soleira da porta onde debruçamos nossa impotência, essa que nos lança ao flagelo o espírito sedento de paz. Se é a morte da esperança que ronda a escolha da retirada, que não se engane: muito embora possa indicar fraqueza, há que ser forte para renunciar ao sonho que representa a própria vida!



"A mente pode aceitar fronteiras em qualquer lugar. A verdade, porém, é que, por sua própria natureza, a existência não pode aceitar fronteiras de espécie alguma." (Osho)


Só o amor é real




"- O amor é a força mais poderosa do mundo [...] Pode brotar e florescer até mesmo no solo gelado e nas condições mais adversas. Existe em toda parte e em todo o tempo. O amor é uma flor para todas as estações." (pg 69)

♥ Brian Weiss


Muitas vezes penso que somos apressados no aprendizado da vida e atrasados na sua compreensão. Somente o presente nos pertence agora. O instante é o lugar onde tudo acontece, e isso ocorre na hora certa, na permissão do tempo, marcando a evolução de nossa existência.



30 de mai. de 2009


Há momentos na vida em que tudo parece convergir para um mesmo lugar, e no instante seguinte tudo muda, e o vácuo dessa momentânea mudança de rumo é aquela parcela da vida que paralisa a gente, também por breves instantes. Hiato suficiente para ganhar novas forças e seguir.

Recuperar o fôlego.

Salvar a pele.

Digerir e...partir. Porque continua a caminhada, começando pelo passeio que fazemos em nossos arredores...ele nos garante o reconhecimento puro de nossos artífices de defesa, e reconhecê-los é ato de coragem. Mas essa, é uma outra conversa...



Aprendi que é preciso cuidado com as palavras, porque ao proferir um pensamento ou transcrever o sentimento pode-se oportunizar o meio criador que transforma aparentes letras, numa profecia.
Essa percepção torna-me mais positiva e atenta.
Isso é crescer. É aprender.
E praticar o ensinamento, bom senso e sabedoria.

26 de mai. de 2009

Palavras são supérfluas...

...quando não exprimem aquilo que não podem dizer...

20 de mai. de 2009


Quantos de nós sentem o desejo de encontrar um ombro onde pudessem adormecer sua tristeza...
A gaúcha Martha Medeiros tem o que dizer sobre isso.

Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol lá fora e o céu convidava para farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que normalmente faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair para compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem para sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tenho vontade de nada, você vai reagir como?
Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves, do que eu (mesmo desconhecendo a causa da minha tristeza), vai dizer para eu colocar uma roupa leve, ouvir uma musica revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.
Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia de humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.
A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro da nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.
Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou com si mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.
“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago de razão/ eu não ando tão down…” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar o seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinicius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.
Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip hop, e nem por isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de forças e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.

Nesse meio tempo, o aconchego de um ombro amigo conforta esse sentimento discreto cuja mania é disfarçar seus porquês...

15 de mai. de 2009

O amor




Quando o amor vos chamar, segui-o,

Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
Como o vento devasta o jardim.
Pois, da mesma forma que o amor vos coroa,
Assim ele vos crucifica.
E da mesma forma que contribui para vosso crescimento,
Trabalha para vossa queda.
E da mesma forma que alcança vossa altura
E acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também desce até vossas raízes
E as sacode no seu apego à terra.
Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.
Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
No pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas, o amor operará em vós
Para que conheçais os segredos de vossos corações
E, com esse conhecimento,
Vos convertais no pão místico do banquete divino.
Todavia, se no vosso temor,
Procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
E abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações,
Onde rireis, mas não todos os vossos risos,
E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio
E nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.
Porque o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, que não diga:
“Deus está no meu coração”,
Mas que diga antes:
"Eu estou no coração de Deus”.
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor,
Pois o amor, se vos achar dignos,
Determinará ele próprio o vosso curso.
O amor não tem outro desejo
Senão o de atingir a sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos,
Sejam estes os vossos desejos:
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho
Que canta sua melodia para a noite;
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
De acordardes na aurora com o coração alado
E agradecerdes por um novo dia de amor;
De descansardes ao meio-dia
E meditardes sobre o êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado,
E nos lábios uma canção de bem-aventurança.


Gibran Kahlil Gibran

http://www.youtube.com/watch?v=6YOmWg37E7w

12 de mai. de 2009

Forjando a armadura


Nego submeter-me ao medo,
Que tira a alegria de minha liberdade,
Que não me deixa arriscar nada,
Que me torna pequeno e mesquinho,
Que me amarra,
Que não me deixa ser direto e franco,
Que me persegue,
Que ocupa negativamente a minha imaginação,
Que sempre pinta visões sombrias.
No entanto, não quero levantar barricadas por medo do medo.
Eu quero viver, não quero encerrar-me.
Não quero ser amigável por medo de ser sincero.
Quero pisar firme porque estou seguro.
E não porque encobri meu medo.
E quando me calo, quero fazê-lo por amor.
E não por temer as conseqüências de minhas palavras.
Não quero acreditar em algo só por medo de acreditar.
Não quero filosofar por medo de que algo possa atingir-me de perto.
Não quero dobrar-me só porque tenho medo de não ser amável.
Não quero impor algo aos outros, pelo medo de que possam impor algo a mim.
Por medo de errar não quero tornar-me inativo.
Não quero fugir de volta para o velho, o inaceitável, por medo de não me sentir seguro no novo.
Não quero fazer-me de importante porque tenho medo de que senão poderia ser ignorado.
Por convicção e amor quero fazer o que faço e deixar de fazer o que deixo de fazer.
Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor.
E quero crer no reino que existe em mim.

Rudolf Steiner

10 de mai. de 2009

Dia 10 de maio


É outono...e tudo o que ele significa, está visível.
Morre o verde enquanto amarelam as folhas que irão sucumbir, avermelhadas, na transição natural das mudanças.
No outono ocorrem as grandes colheitas, e há frutos que caem ao chão esperando ser apanhados e saboreados, enquanto outros perdem o viço da vida na espera inútil.
Exatamente igual à vida pungente que lateja nas encruzilhadas das difíceis decisões, onde o sabor das mudanças impostas pelo quadro evolutivo da natureza humanamente espiritual provará do gosto das escolhas; sem cobrar-lhes outra coisa que não o crescer em direção ao próprio ser.
É outono, estação transitória. Mutante. Colorida e perfumada. Resgata a beleza do renascer da vida. A esperança vai voltar no verdejante tom das novas folhas, num capítulo novo que começou a ser escrito antecipadamente.

Dia da Mãe


Hoje é um dia muito especial...
É o dia da minha mãe, de todas as mulheres que conceberam a vida e de outras que são mães de coração.
É também o dia daquelas que um dia, mães serão...
Hoje é meu dia, o maior e mais bonito papel que tenho nesta existência. A mulher que recebeu a missão de conceber e amar dois seres perfeitos na inteireza de tudo que sonhou para chamar de filho, de filha.
Portanto, o dia hoje é deles, meus dois presentes divinos que me trouxeram o legado do sagrado amor.
Amo vocês, meu Sol e minha Lua!
Eternamente...

Augusto Cury


"Quem quer o brilho do sol tem de adquirir habilidade para superar adversidades, tem de ser resiliente para atravessar o breu da soturna noite. A vida é uma grande aventura onde noites e dias se alternam. Não há milagres, só o milagre da vida."

7 de mai. de 2009

Dia sete


O cenário de uma história que desfila no tempo de uma saudade que envolve o primeiro tudo...sons, cheiros, toques e gostos, que se reunem no patamar do palco da vida, postando-se ao fundo os personagens que dois protagonistas vestem para viver no centro da arena as cenas dignas de uma vida desenhada pela coragem e perseverança.
Na retícula está gravada a imagem clamejante, tudo o mais faz parte da pele que absorveu cada fração de tempo partilhado...

6 de mai. de 2009

Pai
















É tão calma a noite, disse Moacyr.

Tudo tem suave encanto, afirmou.

E quando a noite vem,

no mundo não há mais ninguém.


Não concordo, nem discordo.

Quero pensar que vai além,

fazer outras ponderações...

De jeito suave, falar do amor.


Frágil é a vida, penso eu.

Ela mora no templo do corpo,

Desfaz os encantos dos sonhos

e cobra o desfecho, partindo de alguém.


Ah! meu pai, que provocou meu choro

por nos teus braços, enfim, comemorar.

Valsamos juntos, pra lá e pra cá,

no compasso de uma enorme emoção!


Nem tão frágil assim ela é,

Já que permitiu, entre tantas realizações

Ver-nos crescer e multiplicar,

Esperando a chegada da terceira geração.


Que na calma noite repouse o abrigo

da alma que veio para amar, silenciosamente.

Só não me conte a data da partida...

Ao sair, feche a porta, simplesmente.