“Planto flores no caminho para que não me faltem as

borboletas. Foram elas que me ensinaram que o casulo

não é o fim. É o começo."

Day Anne



23 de mai. de 2008

Dialogando com o verbo "perder"


Discuto hoje as versões positiva e negativa que se atribui ao verbo “perder”.
Mencionar perda já parece pressupor algo ruim, porém, depende exclusivamente da lente que usamos para ver essa questão; nem toda perda é ruim.
Por exemplo: perde-se o medo, mas se ganha coragem.
Perdendo ilusões, ganhamos consciência.
Perdendo a covardia, conquistamos valentia.
Perdendo a dúvida, adquirimos a confiança.
Ao perder o ressentimento, nos invade a serenidade.
Perde-se o orgulho para conhecer a humildade.
E deixando de condenar, passamos a perdoar.
Ao perder algo, ficamos na falta, e nesse espaço instala-se outra coisa. Por que precisaria ser então a perda, necessariamente, uma coisa ruim? Perda é prejuízo, então logo sugere ser “menos”. Uma subtração, e de fato o é, pois se retira um sentimento, uma sensação, um pensamento, uma emoção, para ceder lugar à outra característica. E esse novo atributo pode ser bom, positivo.

Particularmente, reflito sobre o muito se ouvir dizer que os sonhos se perdem ao longo da vida. Penso que podemos ver como perdas também as transformações que fazemos no caso dos sonhos. Muitos abandonamos no caminho, por certo, entretanto esse abandono se dá pelas escolhas que fazemos. De alguns nos desinteressamos naturalmente, outros ainda, perdem seu sentido dependendo do contexto e das circunstâncias. E tem aqueles que realizamos e outros que transformamos. Seria perda ou o ato de rever seu valor, sua validade, potencial ou significado? Ou simplesmente escolhemos adaptar ou repensar sonhos antigos para novas realidades? Alguma alternativa tem que servir, menos a morte dos sonhos, porque a humanidade precisa deles para subsistir.

Elleanor Roosevelt afirmou que "O Futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos”. E como acredito que a vida não é estática, concordo com a autora, porque realizando ou reeditando sonhos, concretizamos a vida. Dizer que perdemos sonhos e que eles não alimentam a vida é, em contrapartida, afirmar que é indiferente tê-los, construí-los, acalentá-los e persegui-los durante nossa existência.

E porque acredito no poder realizador dos sonhos, não acreditando que se percam, empresto as palavras de Lady Nancy Astor para finalizar:
"Sonhos são formidáveis. Quando eles desaparecem você pode ainda estar aqui, mas você terá parado de viver.

♥ Denise

22 de mai. de 2008

Investimento no amor

Não é um negócio, mas o negócio é o seguinte: em se tratando de amor, a falta de “investimento” deixa em falta o outro, que, se está “investindo”, logo sentirá a deficiência no retorno. E fatalmente isso abalará a dinâmica desse relacionamento, afetando sua vida futura ainda que sedimentado numa boa base estrutural.

Quando os “anjos se distanciam” e esse vazio vai absorvendo o lugar do amor trocado, a sentença desse afeto começa a ser escrita. Por duas e depois quatro mãos, porque em algum momento essa evidência ganha relevo e se traveste de revide no cansaço do abandono. Esta é a morada dos tristes fins.

É inviolável essa lei de distanciamento voluntário. E se está adormecida a percepção, nenhum gesto que murmure socorro é compreendido. A cegueira também mata. De desamor.

♥ Denise

16 de mai. de 2008

A gravidez tem essa magia de transformar em anjo a mulher...


"A gravidez tem essa magia de transformar em anjo a mulher."
Eu disse isso para uma jovem mamãe que está no esplendor da gravidez de seu primeiro bebê. Uma menininha, soube neste instante.

A beleza que transforma a mulher vem desse "estado de graça" único e inimitável: a gravidez, a elaboração da vida, a preparação para a nova etapa de quem pare e de quem chega...

Essa vinda é a espera mais bonita, e a chegada, o momento mágico que marca pra sempre todas as vidas envolvidas. O nascimento é um acontecimento, uma festa que celebra a vida. Um marco na história, um avanço na evolução, uma alegria da criação Divina!

Gravidez...símbolo da vida que se aloja no seio do corpo materno e imprime na alma feminina a marca do alvorecer de uma nova era...diante de um pai cujo coração está palpitante e cheio de uma alegria que só o DNA da descendência consegue contar...e uma família viver...e à Maria Eduarda esperar nascer!!

♥ Denise

10 de mai. de 2008

Mãe!



Uma sílaba de três letrinhas...
Três letrinhas que abrigam a vida,
Três letrinhas que moram no coração.

As mesmas três letrinhas que...contam histórias; que secam lágrimas; vigiam o sono; aliviam as dores; matam a sede; põe no colo; dizimam a fome; tecem elogios; levam passear; compram o biscoito preferido; escolhem o melhor alimento; banham em água temperada; medem a febre de madrugada; cobram tarefas; enxergam os defeitos e os pintam de todas as cores; enaltecem as virtudes; enrolam brigadeiro e cantam “parabéns”; levam pra escola e choram no portão; fazem no chão as pegadas do coelhinho; penduram a meia pro Papai Noel; preparam a cama quentinha; tiram mil fotos num único dia; bebem o primeiro sorriso; procuram o primeiro dentinho; jamais esquecem a primeira palavra, o primeiro passinho...essas incansáveis três letrinhas ralham com o coração apertado; exigem postura; pedem calma; levam na casa do amiguinho; compram boneca e carrinho; levam e buscam na escola; compram a malha de balé e o quimono de judô; o primeiro soutien; conversam sobre o namorado; orientam sobre métodos contraceptivos; choram junto e escondidas; permitem ou proíbem; indicam leituras e pagam aulas particulares; fazem os pratos prediletos; ligam pra saber se vão demorar; recomendam que levem agasalho; vão ao cinema e à locadora; levam no aeroporto e desejam boa viagem, mesmo que o coração esteja espremido no peito; se preocupam com ou sem motivo; recebem todos os amigos e vão pra cozinha inventar lanches...organizam o chá de cozinha; acompanham ao costureiro; fazem junto a lista de presentes; cedem a empregada e pagam diarista; opinam e se calam; dosam as palavras e economizam “conselhos”; choram de emoção e riem com prazer; se posicionam nas fotos de formatura, casamento, maternidade, aniversários... aumentam a família quando acolhem genro e nora; curam cólicas de netos e aprendem a fazer mamadeiras e papinhas diferentes das que ofereceram aos seus filhos; andam as voltas com babás e pediatras; curtem festinhas e voltam a ser motoristas; voltam a sentar-se no chão e a sentirem no rosto aquela mãozinha que parece uma concha macia...estas três letrinhas amorosas silenciam com o olhar; afagam com os olhos, abraçam com o coração e amam. Amam sem medida...

Falar deste amor em palavras é ecoar no vazio da impossibilidade...

Este é o amor que palavras não sabem contar...que hinos não conseguem exaltar...nem poetas o expressam com precisão...só quem dele sabe e tudo sente, é o nosso coração!!

Uma sílaba de três letrinhas...a doce Mãe!


♥ Denise