“Planto flores no caminho para que não me faltem as

borboletas. Foram elas que me ensinaram que o casulo

não é o fim. É o começo."

Day Anne



31 de dez. de 2010

Doismileonze chegou!


Ano Novo...Virada...Preces...Intenções...assunto não falta, nesta época do ano. O ponto em comum pouco muda, e se mantém a tradição do champagne, das uvas, quem está no litoral pula ondas, uso de roupa branca - a íntima amarela - e uma chuva de fogos a brindar o ano que chega!

Eu faço parte desse time, e já sofri com listas de intenções que não cumpri, pulei ondas de olhos fechados e coração na mão, sonhando com...um ano novo - sem entender que isso tudo sempre esteve dentro de mim. E este ano, faço diferente. Embora sem lista alguma, quero te dizer que TÔ DENTRO de uma ideia que surgiu e me encantou. Pudera, duas psi só podiam sentar no Divã e...falar. Queremos falar de um Tecer a vida que acontece aqui, blogando, mas que, há muito, ultrapassou estas telas que partilhamos. Queremos falar de nossa percepção e dos desejos para 2011. Queremos falar com nossos amigos sobre coisas importantes, sem no entanto, nos prendermos a nada, visto que há liberdade no sentir e no pensar. Gostaríamos de compartilhar as ideias que tecemos no Divã da vida...

Rê e eu saudamos Doismileonze juntas, celebrando assim a amizade - sentimentos, emoções e aspectos que entendemos como fundamentais para viver melhor. Neste ano que passou, aprendi muito com esta mineira danada, que se diz BIOS no manuseio das ferramentas do mundo cibernético, mas que sabe uma barbaridade sobre gente!


Saúdo 2011




Para escrever esta mensagem, refleti sobre como fazemos todos os anos...e cheguei até a amiga Tais, que me pôs pra pensar ainda mais...disconcordei em algumas considerações que ela fez (Tais, perdoe a criação desinfeliz, mas ela diz tudo...rs), mas revi bastante o que fazemos, sem ver.
Como a vida é sincronística, recebi no mesmo dia um e-mail cuja citação trouxe à luz meus pensamentos, que partilho com vocês:

"O homem não é criação das circunstâncias. As circunstâncias é que são criações dos homens."
Isso me faz pensar sobre o que criamos para nós mesmos, se as escolhas que fazemos podem estar usando fantasias para nos iludir...
Desejo que as máscaras não te/nos iludam, para que possa/possamos fazer as melhores escolhas e ser muito mais feliz neste doismileonze!

Para que o ano seja novo, temos de encontrar em nós, o que está nos impedindo de caminhar, o que interfere nas intenções de mudar o que não serve mais - aprender melhor sobre desapego, aceitação, generosidade e gratidão. Mas, essencialmente, lembrar sobre o amor, sem banalizar o que significa amar - e todas as implicações desta decisão. A resposta para tudo parece mesmo fluir à partir dessa premissa, motivo pelo qual, em mim, renovo comigo mesma a vontade de melhorar muito a convivência com todos que me cercam, ampliando a energia amorosa que rege o espaço em que vivemos. Com a Rê, aprendi que as expervivências são resultado de tudo que já foi, mas deixaram as marcas do caminho percorrido - o aprendizado do que foi vivido, seja em que fragmento ou imenso bloco que foi forjado na oficina da vida, operários que somos deste viver!

Das muitas coisas que elegemos importantes, elencamos uma dúzia de desejos - para nós e, caso queira conosco compartilhar, também para você. Talvez possamos chamá-las especiais, mas não são menos importantes do que estes:
a Paz - nós e o mundo merecemos!
a diversão - porque não somos de ferro!
a simpatia - porque para conquistar qualquer coisa, antes, precisamos conquistar as pessoas!
a felicidade - para ser expervivida todos os dias, sem moderação!
a igualdade - abaixo qualquer preconceito!
a fraternidade - entre todos os povos e raças!
o sossego - porque é bendita tranqüilidade
o trabalho - oportunidade que temos de realizar todo nosso potencial!
a amizade - colírio para nossa alma!
e os sonhos - porque ninguém, tem o direito de abandonar os seus!

No entanto, para que nossa ideia ficasse ainda mais original e interessante - pensamos sempre em apresentar novidades e coisas bonitas aos amigos, não é assim? - Rê-correu a um antes seu amigo (agora nosso!) que, com carinho e empenho atendeu ao pedido de última-hora-do-ano: OBRIGADÍSSIMA Tatto, por captar nosso desejo e presentear-nos com esta belezura cheinha dos desejos expressos por nossos corações!!

Tecendo Ideias no Divã nosso de cada dia, Rê(ginamada) e eu conclamamos nossos amigos queridos, para, juntos, recebermos o ANO NOVO, e que façamos dele o melhor de nossos dias, preparando com amor e capricho o solo onde germinarão nossos sonhos para o dia de hoje, de amanhã e de sempre.
Nosso desejo de que possamos realizar coisas importantes - individualmente e juntos - para que caminhemos numa mesma direção, em busca do propósito de felicidade que cada um tem e almeja.


FELIZ ANO NOVO!!

Se clicar, aumenta pra ler...



DOISMILEONZE CHEGOU!!!!

VIVA!!! (literalmente!)



27 de dez. de 2010

2010 / 2011

Muitas mensagens se desdobram pelo desejo que sentimos em alcançar as pessoas que gostaríamos de abraçar, e, uma vez juntas, compartilhar do imenso potencial realizador que somos.

Recebi e compartilho, realizando um pouco desse desejo de te alcançar e, juntos, cruzarmos o céu de nossos desejos - explodindo em cores e raios luminosos capazes de levar Luz a cada recanto da vastidão do Universo. Que chegue até seu coração, e brilhemos juntos nesta "virada!"



22 de dez. de 2010

UM FELIZ NATAL !!!

Olá, vocês!!!

Passado o período de convalescença, voltei para atualizar as visitas de meus queridos amigos neste tempo em que deixei a porta destrancada para que pudessem entrar sem minha presença. Aproveito para dar as boas-vindas aos novos amigos que encontraram este Tecer. Sintam-se acolhidos com carinho e alegria!!

Estive fora por uma dezena de dias, viajando para o sul do país, primeiro para um encontro com uma turma de amigos. Aproveitei a estada em solo gentil e estiquei o que considero merecido descanso, mas acabei descansando mais do que pretendia, porque já voei sentindo os efeitos físicos do que viria a ser uma Pansinusite (inflamação das cavidades da face anterior e posterior), com o requinte de uma infecção respiratória que nos fez pensar em uma pneumonia, diagnóstico que não se confirmou, graças à Deus. O fato é que não desisti de permanecer no lugar em que meu coração elegeu como ideal para umas breves férias. Como sempre tudo está certo, pensei, estou onde tenho de estar, e se meu coração pede que fique, não posso desatender a seu pedido, assim, sem uma razão maior que a sua. Claro que foram maus bocados, mas em nenhum momento fiquei desassistida ou sem carinho e atenção em profusão e com imensa ternura, por parte dos tantos amados que me socorreram e cuidaram de meu bem-estar. Além disso, haviam pessoas importantes que comemoravam idade nova, e não dispensei os abraços pessoalmente, este ano. Que bom que ouvi o apelo de quem entende de emoções boas, e fiquei!
Ao final, decidi retornar antecipando um bocadinho a viagem - e assim abreviei o que estava, o tempo todo, apesar do contratempo, maravilhoso. Chegando fui direto ao hospital, e com exames feitos e remédios novos, o caminho só podia ser um: estou pronta pra receber o Bom Velhinho...rs.

Foi uma volta feliz ao nosso cantinho, recebendo o carinho de cada um de vocês que passou por aqui - com direito a comentário in off sobre este ser um lugar perfumado, olha que delícia!

Ah! Quem não teve tempo, tá valendo a entrega dos presentes, viu moçada??

A cada um de vocês, deixo o meu carinhoso desejo de que o Espírito de Natal se derrame em nossos corações, e que eles sejam capazes de perceber (e receber) o Amor que nos chega, a Amizade dedicada, a Alegria compartilhada, a Esperança companheira, a Perseverança que nos sustenta, a Paz que irradia luz na vida de todos - e de cada um de nós!



Sejamos um único coração batendo no Mundo!




10 de dez. de 2010

Antecipando o Natal



As entregas de presentes são feitas na noite de Natal, mas esse dia, reservado para a família, nem eu nem você estaremos aqui. Aliás, por uns poucos dias, não estarei por aqui, e para não correr o risco e que meus amigos queridos não tivessem tempo para escolher seus presentes, antecipei a entrega.

Podem voltar quantas vezes quiserem, se tiverem dúvidas na escolha. E não tem regra alguma, é livre a brincadeira - você pode levar consigo quantos/todos desejar. Não tem sorteio, apenas cliques no nome de cada presente.

Meu carinho pra você, enroladinho num abraço demorado e apertado, como bons amigos se dão. Meu afeto e gratidão pela generosa participação de todos, a presença de cada um já é essencial na minha vida.

Meu beijo carinhoso,

vamos aos cliques???




PAZ


PERSEVERANÇA


AMOR


ESPERANÇA


ALEGRIA


AMIZADE


VOU CHAMAR DE...



8 de dez. de 2010

Você pode levar?

Natal, cores e pacotes dividem o espetáculo. Dezembro é um mês festivo, e eu, festeira que sou, programei alguns presentinhos pra meus amigos queridos - sei que o principal, ao presentearmos alguém, está no sentido, no significado contido no presente escolhido.
O Tecendo Ideias conviveu com outros cantinhos desta Blogosfera, e, se em muitos encontrou mais afinidade, certamente as pessoas com quem compartilho deste contato trataram de tecer suas marcas em cada passagem por aqui, ou acolhida por lá. Isso não tem preço, não tem paga, mas lancei mão de um mimo pra te presentear, e dei a ele a missão de levar meu encantamento pelos tesouros que encontramos nesse universo tão grandioso - e sábio. Se te visito, é porque você tem em teu cantinho tua essência que me encanta, acorda, enternece, põe pra pensar, emociona.

Se está aqui, agora, lendo-me, é porque freqüenta o meu cantinho. Você pode então me fazer uma gentileza? Leva com você este meu carinho!! Pode ser??






Obrigada!!


Aguarde o presente de natal que vou deixar aqui pra vc.
Ah! você vai poder escolher!!


7 de dez. de 2010

Pássaros vivos na partitura

Você já ouviu falar no Jarbas Agnelli - um diretor de vídeo da AD Stúdio de SP?
Ele viu uma foto de vários pássaros no jornal "Estadão", e teve a ideia de fazer uma partitura, mas que extraísse a música da posição exata que os pássaros se encontravam na foto. Foi o que fez, escolhendo o tempo das notas e os instrumentos.
Aprecie o resultado:


Ryan Hreljac


Ryan Hreljac , o menino que tirou a sede

de meio milhão de africanos.



Ryan nasceu no Canadá em maio de 1991, ou seja, hoje (2010) tem 19 anos. Quando pequeno, na escola, com apenas seis anos, sua professora lhes falou sobre como viviam as crianças na África. Profundamente comovido ao saber que algumas até morrem de sede, que não há poços de onde tirar água, e pensar que a ele bastavam alguns passos para que a água saísse da torneira durante horas...

Ryan perguntou quanto custaria para levar água a eles. A professora pensou um pouco, e se lembrou de uma organização chamada WaterCan, dedicada ao tema, e lhe disse que um pequeno poço poderia custar cerca de 70 dólares. Quando chegou em casa, foi direto a sua mãe Susan e lhe disse que necessitava de 70 dólares para comprar um poço para as crianças africanas. Sua mãe disse-lhe que ele deveria consegui-los e foi-lhe dando tarefas em casa com as quais Ryan ganhava alguns dólares por semana.

Finalmente reuniu os 70 dólares e pediu à sua mãe que o acompanhasse à sede da WaterCan para comprar seu poço para os meninos da África. Quando o atenderam, disseram-lhe que o custo real da perfuração de um poço era de 2.000 dólares. Susan deixou claro que ela não poderia lhe dar 2.000 dólares por mais que limpasse cristais durante toda a vida, porém Ryan não se rendeu. Prometeu aquele homem que voltaria…e o fez.

Contagiados por seu entusiasmo, todos puseram-se a trabalhar: seus irmãos, vizinhos e amigos. Entre todo o bairro conseguiram reunir 2.000 dólares trabalhando e fazendo mandados e Ryan voltou triunfante a WaterCan para pedir seu poço. Em janeiro de 1999 foi perfurado um poço em uma vila ao norte de Uganda. A partir daí começa a lenda. Ryan não parou de arrecadar fundos e de viajar por meio mundo buscando apoios. Quando o poço de Angola estava pronto, o colégio começou uma correspondência com as crianças do colégio que ficava ao lado do poço, na África. Assim, Ryan conheceu Akana: um jovem que havia escapado das garras dos exércitos de meninos e que lutava para estudar a cada dia. Ryan sentiu-se cativado por seu novo amigo e pediu a seus pais para ir vê-lo. Com um grande esforço econômico de sua parte, os pais pagaram sua viagem a Uganda e Ryan, em 2000, chegou ao povoado onde havia sido perfurado seu poço. Centenas de meninos dos arredores formavam um corredor e gritavam seu nome.

- Sabem meu nome? - Ryan perguntou a seu guia.

- Todo mundo que vive 100 quilômetros ao redor sabe - ele respondeu.

Hoje em dia, Ryan – com 19 anos- tem sua própria fundação e conseguiu levar mais de 400 poços à África. Encarrega-se também de proporcionar educação e de ensinar aos nativos a cuidar dos poços e da água. Recolhe doações de todo o mundo e estuda para ser engenheiro hidráulico. Ryan tem-se empenhado em acabar com a sede na África.

Veja mais em:

http://www.ryanswell.ca/






6 de dez. de 2010

Amor e Fé


"Investir em conhecimento pode nos tornar sábios...mas amor e fé nos tornam humanos!"


Atribuída a Oriza Martins

1 de dez. de 2010


"Será que o amor absoluto não significa que devemos amar o outro com tudo que há nele e sobre ele, inclusive as suas sombras?"
Milan Kundera




A complicada arte de ver


Ela entrou, deitou-se no divã e disse: "Acho que estou ficando louca". Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. "Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões _é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas. Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto."

Ela se calou, esperando o meu diagnóstico. Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as "Odes Elementales", de Pablo Neruda. Procurei a "Ode à Cebola" e lhe disse: "Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: 'Rosa de água com escamas de cristal'. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta...os poetas ensinam a ver".

Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.

William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.

Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.

Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem. "Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios", escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada "satori", a abertura do "terceiro olho". Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: "Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram".

Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, "seus olhos se abriram". Vinícius de Moraes adota o mesmo mote em "Operário em Construção": "De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa - garrafa, prato, facão - era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção".

A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas - e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam...mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que vêem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.(grifo meu)

Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: "A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as têm na mão e olha devagar para elas."

Rubem Alves


28 de nov. de 2010

Quando o amor está mais presente?




As ideias passeiam entre os pensamentos que fluem sem direção, apenas estão lá, vagando no imenso espaço de tempo que vivemos – ora estão no passado, ora voam para um tempo além do presente, que é onde menos parecem ficar. Pra mim acontecem assim, enquanto relaxo: saltitam de um tema para outro, não seguem roteiro, nem fazem escalas – apenas fluem. Não é raro, entretanto, em meio a essas andanças que deslizam sem rumo, surgir um pensamento que oferece a resposta que busquei, ou um alerta, um sinal, uma ligação com alguma coisa. Nem sempre a conexão fica clara, então anoto a ideia – em algum momento vem a compreensão.

Este preâmbulo é para contar sobre um insight desta manhã. A mente vazia debaixo do chuveiro cantarolava uma música sem pressa ou pressão – momento ideal para as fichas caírem, já perceberam?

Logo cedo aproveitei a garganta congestionada pra escrever – este estímulo só precisa de tempo disponível – e algum resquício de pensamento ficou guardado, se revelando no instante em que teve a liberdade para se manifestar. O tema em pauta era o amor, mais especificamente, o materno, conhecido como incondicional. Sempre temos, nós as mães, alguma história dolorida que envolve filhos, um momento que ficou marcado por palavras duras, uma atitude cruel, alguma coisa que explode no peito da gente, mas por uma razão incompreensível, não nos mata de dor.

Olha só que óbvio o que vou dizer – amar os filhos é nossa missão singular, não exige esforço, não existe curso preparatório, formação de nenhuma natureza que não seja simplesmente, amor. Quando eles afagam nosso rosto com a mãozinha rechonchuda, abrem o sorriso ou fazem graça, é difícil sentir amor? Quando estão crescendo e nos enchem de orgulho por suas conquistas, quando descobrem coisas sem nos perguntar e exibem seus conhecimentos, ou quando fazem presentes e escrevem cartinhas no dia das mães, tem como não derreter o coração diante deles? Ou quando nos surpreendem com nosso doce preferido ou uma rosa escondida nas costas, fica difícil sentir o coração acelerar e, quase de imediato, demonstrar nosso amor? Não, estes momentos são “normais”. Entretanto, o momento em que mais amamos nossos filhos é outro, é quando acontecimentos inesperados rompem a harmonia, e até o respeito vai embora. É quando nosso coração se encolhe diante da rudeza de seus gestos impensados, ou no instante em que nossos olhos custam a crer na cena que vêm, ou nossos ouvidos registram palavras que jurávamos, não suportaríamos. Este é o momento em que o amor materno supera qualquer obstáculo! Em nenhum outro o amor está mais presente, ao recolher a dor aparentemente insuportável, e sustentar esta relação, ainda que esteja, ela a mãe, partida em milhares de pedaços.

Não sei se houve a consciência disso antes, com tamanha força, e talvez você que me lê se pergunte: tá, onde está a surpresa? – talvez, esteja no fato de nunca ter-me ocorrido, mas quem disse que o óbvio é visível pra gente?

27 de nov. de 2010

Feito pra você!




Mais um ano terminando, e as festas se aproximam. Como o meu coração já está festivo, tratei de providenciar um mimo pra você - amiga(o) querida(o) que prestigia o Tecendo, que deixa aqui o calor amigo de sua presença, transmite a amizade em palavras carinhosas e me encanta com seu cantinho.

Se desejar, leve-o com você, será uma alegria - e me fará feliz.

Desejo de que as festas de fim de ano sejam o berço a embalar os ensinamentos que nos faltem na construção do caminho que precisamos seguir - e que nasça um ano em que possamos aplicar tudo que aprendemos, para realizar tudo que sonhamos.
Um beijo, com carinho!


Homem e circunstâncias




" Eu sou eu e minhas circunstâncias."
José Ortega Y. Gasset


Recebi esta citação, que me levou até esta crônica, escrita pelo jornalista gaúcho Pedro J. Bondaczuk, radicado em Campinas há anos. Sua escrita causou-me forte impressão, motivo pelo qual a compartilho com vocês.



Homem e circunstâncias

A vida é uma sucessão de desafios (incontáveis) e de oportunidades (escassas). É um desfile de tragédias e de comédias, de alegrias e de tristezas, de vitórias e de derrotas. Enfim, é caracterizada por uma imensa diversidade de situações e de conseqüentes reações face a elas.
Vivemos contínuos paradoxos. O psicólogo Milton de Oliveira caracteriza, no livro “Energia emocional – base para gerência eficaz” (Makron Books Editora), com precisão esse nosso comportamento paradoxal, ao assinalar: “Somos a unidade na diversidade. Somos a diferença da igualdade – iguais no macro e diferentes no micro. Em linguagem poética, somos originais do lugar-comum, vencedores triunfantes da tragédia humana, organização complexa das energias caóticas do universo.”

Ou seja, podemos ser semelhantes a milhares, milhões, quiçá bilhões de pessoas que vivem ou já viveram, mundo afora, desde a criação do homem, mas jamais iguais. Cada um de nós tem uma personalidade, uma identidade única, pessoal, característica, que depende da nossa origem, educação, conformação biológica e do meio em que vivemos, entre outras tantas coisas.

Até hoje, por exemplo, não foram encontrados, em época e em lugar algum, dois gêmeos idênticos que pensassem de forma rigorosamente igual ou que reagissem da mesmíssima forma aos vários estímulos, físicos e/ou psíquicos, a que fossem submetidos.
Embora óbvio, é mister destacar que semelhança não implica em absoluto em igualdade. Somos originalíssimos, mesmo que venhamos a ter aparências e vidas rigorosamente iguais a alguém. O filósofo espanhol, José Ortega y Gasset, caracterizou bem a diversidade de situações que temos que enfrentar com a famosa afirmação: “Eu sou eu e minha circunstância”. Esta (ou estas, já que elas são várias) é mister reiterar, pode (ou podem) ser até “parecida” (ou parecidas) para todos, mas jamais é igual (ou são iguais).
O que o eminente e polêmico pensador pretendeu com essa declaração – objeto de inúmeros estudos, artigos e ensaios – foi particularizar os problemas do homem. Nosso sucesso ou fracasso na vida dependem da forma com que equacionarmos as nossas circunstâncias. Destaque-se que a afirmação de Gasset tem um importante complemento, raramente citado. A citação completa é: “Eu sou eu e minha circunstância. Se não salvo a ela, não salvo a mim”.
E como assegurar essa “salvação”? Mudando a realidade, em vez de se submeter, passivamente, a ela. Quem não tem capacidade, vontade e determinação para fazer essa mudança, paga, via de regra, um preço altíssimo, em termos de frustrações, decepções de toda a sorte, mágoas, tristezas e fracassos. Ou seja, se afundará na circunstância e não dará sentido algum à sua vida.

Gasset admite que há várias maneiras de mudar uma realidade adversa. Mas ressalta que o caminho mais simples e mais seguro para essa reversão é melhorando a própria educação, no sentido mais amplo que se possa dar ao termo e, por conseqüência, o nível cultural. Ou seja, é ampliando, ao máximo, o raio dos seus conhecimentos sobre tudo e sobre todos e, principalmente, sobre si próprio. O autoconhecimento, frise-se, é fundamental (embora infinitamente mais complicado).

O cerne do pensamento filosófico de Gasset é que “aquilo que importa ao homem, antes de tudo, é a lucidez e a compreensão do mundo.” Afinal, esta é a forma que nos é facultada de mostrar (e de exercitar) nossa humanidade. Só compreendendo onde estamos, com quem vivemos, como cada parceiro dessa aventura reage e quais são nossas alternativas, podemos modificar as circunstâncias adversas ou, principalmente, extrair o máximo das que nos sejam favoráveis.
Há quem confunda a circunstância, citada por Ortega y Gasset, com destino. Ocorre que este, de acordo com os deterministas, não poderia jamais ser alterado. Quem pensa assim garante que todos nascemos com rígidas trajetórias pré-traçadas, que seriam imutáveis. Estão equivocados. Somos dotados de livre-arbítrio. Temos a prerrogativa das escolhas e arcamos com suas conseqüências. Já o cerne do pensamento do filósofo é o de que toda e qualquer situação que nos ocorra na vida é sempre passiva de mudanças, desde que estejamos, claro, aptos e determinados a mudar essa realidade.

Parabéns!!!!





Sabe quando alguém que você gosta muito e está longe, faz aniversário e tua vontade de abraçar demorado é tanta que, se pudesse, se materializava lá onde ela vive? Pois eu queria poder fazer essa mágica e sentir a alegria do abraço barulhento e risonho da minha Si Moninha que hoje faz aniversário. Mas não me sinto impotente não, porque há diferentes maneiras de se abraçar, e a ela, neste dia, quem abraça é a felicidade, sempre vitoriosa nesta vida - quando a gente não atrapalha.
E eu também estou dando um pulinho lá, fechando meus olhos e criando a realidade que espaço, tempo e distância não desfazem - sentindo o calor de um abraço cheio de carinho e saudade, depositando no peito que respira junto comigo, todos os votos de felicidade de que sou capaz de desejar pra ela. Feliz aniversário, maninha caçula, te amo!

Parabéns, parabéns
Saúde e felicidade
Que tu colhas sempre todo dia
Paz e alegria na lavoura da amizade.

Que Deus velho te conceda
Com sua benevolência
Muitas, muitas campereadas
No potreiro da existência.

E unidos no mesmo afeto
Te abraçamos neste dia
E para seguir a festança
Repetimos com alegria:

Parabéns, parabéns
Saúde e felicidade!!!

24 de nov. de 2010

Natal





Falta um mês!



E então...é Natal!


23 de nov. de 2010

Conquistando mais um objetivo...


Não, nem todo caminho é de flores...

Mas podemos cobrir os caminhos como fora um tapete de pétalas, vivendo nossos sonhos, realizando nossos objetivos - ao nos fazermos felizes.


Este fim de semana foi assim, como pisar no veludo de pétalas, ainda que não houvessem rosas por perto - tinha a maciez da realização de um sonho, o cheiro adocicado de flores, inebriando cada canto que guardava os momentos intensos e belos que seriam oferecidos a cada parte do dia. Fantasioso? eu explico, você tem um tempinho?

Aqui já mencionei antes, que existe uma regra de ouro que diz assim: conquiste um objetivo e se faça feliz. A primeira vez que a ouvi, pareceu retirada do mundo da Alice, mas depois compreendi seu significado, e o comprovei, desde então. Isso ocorreu durante um treinamento que fiz, há dez meses, do qual participei este final de semana, só que desta vez, como madrinha dos treinandos, junto com uma amiga muito especial, com quem compartilhei de perto toda a magia, as emoções mais profundas e os sentimentos mais intensos.
Desta vez do lado de cá, observando desde o primeiro ao último momento, todo o processo evolutivo daquelas pessoas que, salvo duas exceções, era a pela primeira vez que se viam, e, juntos, iriam vivenciar emoções fortes, num treinamento transformador, intensamente compartilhado, proporcionando ganhos individuais e de grupo.
Ganhei esse presente fabuloso, e o transformei em uma maravilhosa oportunidade de crescer e vivenciar emoções, sofrendo com cada um que aceitava o desafio e o vencia, superando obstáculos erguidos em uma vida inteira. Emoções misturadas, sentimentos disparados a cada fração de minuto, presenciando os recursos de cada um aflorar e demolir os muros que os separavam da felicidade.
Cada dinâmica era um novo combate interno, travado com as emoções que pipocavam no salão, e a nós era reservada a silenciosa torcida que fazíamos em cada momento decisivo, quando tudo parecia atingir o limite. A intensidade em que cada um mergulhava no aprendizado, traçava o resultado esplêndido que pudemos observar, devolvendo-nos a alegria e o sorriso reaparecendo, finalmente podendo ser compartilhado.
O prêmio aparece no final do longo dia, quando se transforma a arena em salão de festa e luzes coloridas incendeiam a alegria que explode em cada recanto daquelas almas revigoradas e cheias de novos recursos. O segundo dia se encerra num clima de tranqüilidade, criando a energia para o encerramento que acontece na manhã do terceiro dia - abrindo as portas da emoção mais bonita, que embala o renascer.
Para comemorar, na seqüência, a música rompe e o tapete imaginário leva os espíritos de criança de todos nós, para uma viagem fantástica. Nada se vê e tudo se imagina nesse mundo mágico que recepciona as mesmas pessoas do início, que nunca mais serão as mesmas.



Por conta desta incrível vivência, fiz ginástica na agenda que ficou espremida, motivo pelo qual há dias passo aqui feito cometa...rs. Como viram, o motivo era pra lá de especial, mesmo não podendo ser mais específica acho que transmiti parte da enormidade de emoções que vivi. Saí de lá sentindo a suavidade do veludo de pétalas de rosa tocando meu coração, então transformei em tapete e fiz desfilarem os sentimentos que pude descrever e que afloraram em mim e em todos os presentes, impregnados da magia que é permitir que as próprias emoções - nem sempre boas - nos curem. Foi lindo demais, o êxtase que experimentei consumiu o estoque que pudesse ter de maus pensamentos e sentimentos ruins. Saímos todos renovados, porque conquistamos o ouro de nossos desejos profundos, nos fazendo felizes!


Desafio

Recebi este desafio da Jeanne, do lindo blog Simples assim - minha amigaúcha querida, que já tive a alegria de abraçar!!

Vamos às respostas...

7 coisas que pretendo fazer antes de morrer


1-
conhecer TODOS meus netos e vê-los crescer
2- compartilhar a vida com meu amor
3- escrever um livro
4- viajar para diversos lugares
5- fazer muitos cursos
6- um cruzeiro em família
7- evoluir espiritualmente

7 coisas que mais digo

1- prestenção!
2- simples assim!
3- vixe!
4- amor/meu bem
5- querido/querida
6- amo você!
7- amor da vó!

7 coisas que faço bem

1- cozinhar (mas não curto muito...rs)
2- cuidar do meu neto
3- trabalhar
4- ser mãe
5- dar colo
6- pintura
7- dirigir

7 defeitos meus

1- impulsiva
2- abraço o mundo com as pernas
3- pouco tolerante
4- emotiva demais, talvez
5- apressada
6- sou disponível demais para quem amo
7- dificuldade com o desapego

7 coisas que amo

1- meus filhos, agregados e neto
2- minha família de origem
3- alguém...rs
4- ler/escrever
5- viajar
6- o silêncio da meditação
7- reunir família/amigos

7 qualidades minhas

1- disposição para aprender
2- amor pelo que faço
3- o bom humor
4- a coragem
5- sou afetuosa
6- a determinação
7- sou disciplinada

7 amigos para participarem desse desafio:


Bullying é ilegal!




Trouxe o Selo e o assunto,
lá do Divã da minha amiga Rê(ginamada).

Não apenas aderi à campanha, como aproveito essa iniciativa que a Regina deu continuidade depois de visitar um blogger amigo, como vocês podem ver aqui - para complementar o que ela expôs na postagem maravilhosa que fez.
Sugiro que leiam, é importante, esclarecedora e um alerta importantíssimo nos nossos dias, e permitirá que compreendam melhor o texto que irão ler a seguir, elaborado por mim e um amigo advogado, depois de uma conversa nossa sobre a freqüência que ocorre e está em evidência nos consultórios, em consultas na área do Direito, na mídia em geral e invadiu o espaço virtual. Por estar enquadrado em Lei, não me senti autorizada a falar das questões legais, então unimos nossos conhecimentos mostrando os danos psicológicos e as possíveis conseqüências legais.

Se você considerar importante como nós e quiser divulgar, junte-se a esta causa - diga não, lute contra!


Por interesse profissional e curiosidade pessoal, saí em busca de esclarecimentos sobre o bullying, uma prática que pode caracterizar crime, dependendo da forma como for praticado, e que, há muito, ultrapassou os muros da escola - contexto que a mídia divulga mais, por isso o mais conhecido. Entretanto, os estudos atuais apontam para a evidência cada vez mais inegável da presença de comportamentos que também estão se manifestando com mais sutileza do que agressividade na perseguição às vítimas – sendo característica do próprio bullying, portanto. As características psicológicas traçam o perfil, mas aspectos jurídicos compõem esta nova realidade, razão pela qual um advogado juntou-se a mim na construção deste texto – informativo, normativo e de alerta. (Em respeito a seu desejo, cito apenas as iniciais).

A freqüência destes comportamentos com alarmantes resultados com prejuízos emocionais e civis, bem como sua proliferação desmedida, levou as autoridades a criar recursos para conter essas agressões, julgando-as mais severamente. A novidade então, é que sofrer bullying não é mais considerado desrespeito, mas uma transgressão dos preceitos legais. O assédio severo, intermitente e com fins de depreciação, injúria, humilhações, comentários, sarcasmo, alusões e provocações, configuram o chamado bullying indireto ou de agressão social. Nestes casos, a pressão psicológica pode levar a vítima a enclausurar-se, num involuntário isolamento que lhe retira o direito de expressão e liberdade, tanto por encontrar-se fragilizada - e acabar aceitando a situação - quanto, principalmente, por desconhecer esta lei.

Vamos aos termos legais: o bullying nos locais de trabalho pode caracterizar o chamado assédio moral, ensejando ao empregado o direito de demitir-se por justa causa, e haver a indenização do empregador.

Bullying em termos de seres humanos adultos é caracterizado pela chamada Síndrome da Humilhação, que, como o próprio nome diz, é todo o comportamento que tenha por fim humilhar, menosprezar, maltratar, expor a ridículo a vítima. Assim, o assédio moral pode gerar indenizações civis, seja em local de trabalho ou não. Porém, o bullying pode se manifestar por palavras e atitudes, que, além das indenizações em prol da vítima, pode configurar crimes por parte de quem o comete.

Exemplificativamente, podemos citar os comentários depreciativos sobre a pessoa vítima de Bullying, que pode configurar o artigo 139 do Código Penal, que dispõe:

Difamação

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Exceção da verdade

Parágrafo único - A exceção da verdade (provar que o fato é verdadeiro), somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Logo, não haverá escapatória legal para aqueles que praticam o Bullying, através de comentários depreciativos à respeito da vítima.

Outro exemplo são as palavras ou gestos ofensivos, maldosos, sarcásticos, ou mesmo xingamentos proferidos contra a vítima do Bullying, o que pode caracterizar o artigo 140 do Código Penal.

Injúria

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:

I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;

II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

§ 3o - Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:

Pena - reclusão de um a três anos e multa.

Disposições comuns

Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:

I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;

II - contra funcionário público, em razão de suas funções;

III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.

IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.

Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.

Exclusão do crime

Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:

I - a ofensa irrogada (atribuir fato desabonador) em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;

II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;

III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.

Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.

O Bullying, que pode se manifestar também por agressões físicas, somente não será punido se a vítima do Bullying provocou o ataque, ou no caso da vítima retorquir, se defender.

Em verdade, o que ocorre, é uma maior atenção atual ao comportamento e uma maior responsabilização dos que praticam o Bullying, pois, a proibição legal da conduta existe desde o começo do século passado.

Não bastasse, o Bullying fere o direito à imagem e à dignidade do ser humano, que são assegurados no artigo 5º. Inciso X da Constituição Federal:

Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

III - ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

O Bullying é ilegal!

(Dr. A.P. e Denise)