“Planto flores no caminho para que não me faltem as

borboletas. Foram elas que me ensinaram que o casulo

não é o fim. É o começo."

Day Anne



31 de out. de 2012

Minha janela...


Em Fort Landerdale - FL


Ao longe avistei a janela
e nela eu me debrucei,
vi a vida escorrendo dela -
quando para fora olhei!

Denise Araujo




*Meu obrigada ao Mestre-Rodolfo-Mago-Poeta, pela condução nesta quadrinha!

29 de out. de 2012

Tecendo 17





Da "Série Amar é" no Tecendo Ideias

27 de out. de 2012

Fazer aniversário é...

Nas vésperas do meu dia, me peguei pensando...fazer aniversário...o que isso significa? Acumular anos de vida sim,  mas, principalmente, é comemorar os resultados de uma trama que tece o enredo de uma existência em parcelas de acertos e enganos, fracionando o tempo em etapas vividas - como estações que alternam os meses e alteram o clima, dão o tom e tiram a cor, aquecem e refrigeram, florescendo e forrando o chão da vida.




Mais um ano, que não foi um ano comum, passou deixando suas marcas, ensinamentos, mudanças profundas, saudade, alívio e gratidão. É comum no final de cada ano uma espécie de recolhimento, a necessidade da reflexão. Pra mim, o pedido veio agora. 
Foram quase vinte mil dias até aqui, é hora de olhar pra trás, hora de despedidas, de encarar os fatos, de desapegar, de viver fortes emoções. Hora de sentir vazios, de espiar os sonhos, soltando partes de mim mesma. Hora de reconstruir, ajustar, não ignorar as tristezas e agradecer pelas inúmeras alegrias. E é hora de celebrar, expulsando memórias, lembrando dos pequenos gestos, suavizando os ressentimentos, retardando as inquietações. É hora de agregar valores novos, de polir as ideias, de limpar as mágoas, de encomendar esperança, hora de virar a página, de prender a fera e soltar a criança. É hora de parir novos sonhos, de alcançar as metas, de rir o meu riso e de chorar o meu pranto. Hora da conscientização, de avaliar - da (re)conciliação!

São muitos anos, mais de seiscentos meses, tantos fatos, ilusões, sonhos, enganos, sabedoria, frustrações, satisfações, decepções - e escolhas. Algumas me levaram para o aprendizado difícil, me mostraram os espinhos, me sangraram a alma, roubaram o céu, trazendo o que eu precisava aprender. Chorei, me recolhi, refiz planos, travei de medo, revi os enganos e senti vergonha; bebi da minha fonte turva, olhei em olhos tristonhos, ouvi e fiz lamentações. Desabei, cometi deslizes, falei o que não devia, me precipitei,  julguei - e mal! - ignorei a intuição que batia, fiz pouco da sorte, fui atrevida, medrosa, fiz previsões e me frustrei. Magoei pessoas que amo, fui magoada, esqueci as promessas íntimas que me fiz, tive dias tão pesados que nem sei como sobrevivi. Acreditei e confiei, mas nem sempre adiantou - construí sonhos, esquecida de que dependia de muitas pessoas para que se realizassem, então de novo me frustrei, e aí agredi, e novamente me vi diante de lições que não aprendi. Falhei comigo e com os outros, senti a impotência me ensinando sobre flexibilizar, retomei o olhar que perdi, mergulhei em mim mesma e fiz novas escolhas, porque nem tudo aprendi...

Outras escolhas, no entanto, me fizeram gargalhar, levaram por caminhos férteis, onde semeei temperança, uma dose boa de esperança - e uma extra, de humildade. Quero colher os frutos bons,  porque se penei atravessando tempestades, hoje quero o calor do sol e a claridade. Algumas dessas escolhas foram muito difíceis, implicavam num adeus mudo, só meu, que precisava - e merecia! - ser sereno, e foi onde mais aprendi, foi quando mais sofri, foi a travessia mais dolorosa. Mas foi a mais generosa ponte para as lições mais importantes. Fiz escolhas que me propiciaram momentos perfeitos, alguns trouxeram alegrias que são inesquecíveis, reencontros, proximidade, afetos resgatados, ousadia e coragem. Concretizei sonho antigo, antes tateei insegura  pra  sentir o gosto forte da superação! Parte de minhas escolhas ainda me farão caminhar, porque os sonhos estão incompletos e precisam que eu persevere e saiba esperar. Confio que os resultados esperados serão novos dias de muita alegria e farta comemoração!

E houveram as escolhas que não fiz, aparentemente, mas ter filhos é esperar da vida as grandes e as melhores surpresas. E eu as tenho recebido - até em dose dupla - em forma de presenças, de presentes que retribuo com amor. Ter família é mais do que um porto seguro, é a certeza de trocas importantes, de tensão e união, de calor nas discussões e nos abraços, de momentos felizes, de laços e nós. A minha ocupa o podium da minha existência, lidera de longe minhas emoções, não raro implode minhas convicções...rs...e é a fonte que abastece de alegria o meu coração. É o laço eterno que envolve meu mundo e orienta meu caminhar, é o conforto, a constante motivação. Disparado, é a forma mais genuína da demonstração do amor, do perdão, da camaradagem, companheirismo, conflitos e superações.

Sou um feixe de nervos e serenidade, sou as duas metades da dualidade, sou a oposição da contradição mais perfeita, a soma da sombra e da luz que me rodeiam, a incompletude do ser imperfeito. Sou ampla, restrita, generosa, rígida, sorridente e chorona. Sou a veia que pulsa, a raiz profunda, os galhos nus, a fruta madura. Sou as manhãs frias, as noites escaldantes, o cheio, o vazio. Sou a letra muda, o som alto, a música calma, a dança frenética. Sou o avesso, o viés, o alinhavo, o ponto cheio, a agulha que alfineta. Me enterneço e sou espinho. Às vezes atravesso, desafino. Sou o afago, a mão estendida, ciumenta, ansiosa, rude, ácida e amorosa. Tenho manias, segredos, medos, desejos, angústias. Tenho crises de riso e de choro, picos de irritação e surpresas tão boas que nem acredito. Tenho amigos queridos, projetos, saudades, ideias, fraquezas, bom humor, limitações. Tenho hábitos antigos, anseios, comportamentos novos, arrependimentos, novas crenças, velhos gostos, aprendizados e falhas. Muitas vezes peco por excesso, ou deixo a desejar e nem percebo, subtraio, esvazio, questiono, procuro, perco, ganho. Sou rio, oceano, gota pequena. Sou um universo vasto, infinito, incompleto, bonito, humano, imperfeito, a eterna aprendiz!!

Eu sou a mulher que aprendeu com os erros, que reverencia a vida, persiste, tem coragem, se espanta e se comove, sonha, divaga e acredita. Sou aquela que diz coisas horríveis e se arrepende, que houve bobagens e releva, e as horríveis, nem sempre esquece, mas perdoa, é perdoada. Mais resiliente, alimento minha criança interior, sou responsável e correta, mas também vacilo, me engano - e desabo. Sou a terapeuta dedicada, intuitiva, acolhedora, imperfeita; sou a amiga presente, cedo o coração, o colo, o ombro, mas nem sempre correspondo; sou a filha que ama, que cuida, se preocupa, comete deslizes e decepciona; sou a irmã e a tia amorosa que às vezes se descuida; sou a cunhada afetuosa, amiga e agradecida; sou a mãe que ama demais, que cuida, se preocupa, convive, socorre, ri e chora junto, agrada, abraça, mas desaponta; sou a sogra que acolhe como filhos e tenta ser um pouco mãe, talvez por isso cometa os mesmos "pecados"; e sou a avó que, realizada, ama, ama, ama...e é amada!

Nessa reflexão não esqueci de meus sonhos desfeitos, dos momentos de desespero, das renúncias, da insegurança diante de cada decisão, das noites enormes e dos dias vazios, mas lembro que os tombos foram os momentos de descanso, e sou obrigada a concluir que tenho muita sorte, e que, por todos os anos que vivi, pude encher um enorme "baú de lembranças" caras e lindas, amealhando um tesouro precioso. Por tudo que vivi, pelos últimos acontecimentos na minha vida, pelas pessoas que dela fazem parte, pela saúde que todos temos, pelas oportunidades e recursos maravilhosos para usufruir dessa vida abençoada, sou infinita e imensamente grata!




Agradeço a cada um que por aqui passa e deixa seu carinho, a energia amorosa que flui e permite que a vida se expanda e alcance tantos corações - obrigada gente querida, obrigada aos amores da minha vida!

* O post ficou enoooorme...também pudera, são 54 anos!!!



23 de out. de 2012

Vamos esquecer um livro???





Esta campanha, pra mim, tem caráter permanente, não só porque incentiva a leitura, mas porque circula a energia de quem doa o livro, do próprio livro, o que permite que seja tecida uma rede interminável de títulos, assuntos, conhecimento, distração, interação, camaradagem - e por aí vai...

Estamos no quinto BookCrossing Blogueiro, clicando aqui você pode se inteirar melhor da ideia simples, mas grandiosa, que é a de "esquecer um livro" para ser encontrado, lido, e, se derem continuidade, esquecido...é uma corrente invisível de resultados muito bacanas.

Antes mesmo de chegar a data, entre os dias 08 e 16 de novembro próximo, eu recebi de um amigo a incumbência de esquecer exemplares de seu livro na viagem de retorno que fizemos pra Maceió, em julho. Os aeroportos foram os pontos escolhidos, não haveria melhor lugar para serem encontrados, não é mesmo??


O Outro Nome da Rosa
Uma história de amor
Rodolfo Barcellos

Rodolfo deixou bilhetes colados neles (foto aqui de cima), e eu aguardei este momento para anunciar o "esquecimento", porém, participo desta campanha com um livro de minha "biblioteca"pessoal, maaaasssss....isso eu venho contar pra vocês depois!!!

Bora escolher um livro pra participar??


16 de out. de 2012

Em 2013 vou ser a avó do ano!!!



Os meus presentes estão chegando adiantados este ano...de natal e de aniversário, um neto pra cada data!

Leu de novo?...rs
É isso mesmo, primeiro veio a notícia da gravidez da minha filha no final de julho, e hoje, um telefonema do meu filho me trouxe mais esta imensa alegria: um bebê a caminho!!

Estávamos viajando em família nestes últimos dias, razão pela qual vocês não me viram por aqui, e tivemos muitos momentos felizes, uma viagem maravilhosa que me permitiu a presença de meus filhos. Era um sonho, e eu realizei. 

A volta pra casa nos devolve pra vida normal - a minha, que está num ritmo acelerado finalizando uma obra grande de reforma, eu sabia que exigiria bastante de mim, e minha concentração estava nas providências que preciso tomar. Isso junto com outros eventos familiares marcados para breve e o trabalho, envolvida com preparativos para chá de bebê...fiz até listas pra não me perder...mas aí chegou a surpresa maravilhosa da gravidez da minha nora - e me perdi na imensidão que é a alegria de ver a família crescendo, a incrível sensação de ser avó! Nunca sonhei que era tão bom!!!

Esta notícia faz de mim uma avó de três netos, dois nascendo no mesmo ano.




Sê bem-vinda criança, tua presença já transforma nossas vidas pra melhor - ocupe teu lugar em meu coração, que bate feliz desde já!!!