“Planto flores no caminho para que não me faltem as

borboletas. Foram elas que me ensinaram que o casulo

não é o fim. É o começo."

Day Anne



30 de ago. de 2010

"Apenas" uma imagem para saudar a semana...


Será que já inventaram, em palavras, esta imagem??


Pensando 21



Da "Série Pensamentos" no Tecendo Ideias

29 de ago. de 2010

Fazendo-me feliz!



A Regra de Ouro diz:
Realize um objetivo e se faça feliz!

Não existe tempo ou previsão absoluta para realizar nossos sonhos. Podemos pensar em etapas, e acabaremos vendo que se trata de uma construção. Ao definir a jornada, estabelecendo quais objetivos pretendemos alcançar, iniciamos a construção. Os meios - estratégias e ferramentas - podem sofrer alterações (e mudam!) mas toda construção é passível de reformas ao longo do processo.
Os objetivos não precisam ser construídos isoladamente, porque alguns inclusive, só se concretizam mediante a conjunção de alguns fatores que compõe outras metas. Ser feliz não tem paralelos, entretanto, muitas vezes precisamos confrontar limites, obstáculos e adversidades inesperadas para chegar ao pódio da felicidade!
Nesta linha de pensamento, depois de entrar em contato com outras maneiras de encarar a vida e vivê-la, conquistar um objetivo e observar a finalização da construção de outros mais, numa seqüência feliz de metas prontas para serem atingidas...só posso ver, com carinho, gelando o champagne da vitória múltipla, garantindo ao meu lado no pódio outros ganhadores empenhados em fazer-se feliz.

Realize um sonho você também, e se faça (mais) feliz!!


28 de ago. de 2010

Viagem (ao) interior...



Me acontece uma coisa engraçada, ou, tem sido freqüente essa sensação: visito blogs amigos e me deparo com assuntos que poderiam ter sido escritos por mim. São, muitas vezes, uma fiel descrição do que já vivi. Salvo a maneira diferente de expressar-se, porque cada um tem a sua própria, o conteúdo parece saído de meus recantos interiores - aquele jardim que tem flores muito vivas, coloridas, botões prontos pra florir, folhas deitadas na relva de um outono da vida que já não é, e pedaços de terra seca, sem planta, sem vida, sem cor - repleto de sonhos mortos, buracos, abismos, de palavras duras e expressões cruéis, emoções e sentimentos ruins agarrados na parede dessa jaula que abriga um animal feroz - nosso lado sombrio, aquele tido como o "pior" da natureza humana.
Muito mais do que identificação, é ver-se ali, resgatar imagens e sons, cheiros e (des)gostos - um nem sempre bom reviver. Mas um encontro pessoal com situações que habitam alguns momentos que gostaria de resolver melhor dentro de mim mesma. Pensando assim, tenho transformado essas visitas em oportunidades preciosas. Não, não uso a chibata em meus ombros, mas lanço novo olhar sobre coisas velhas, e as compreendo melhor, hoje. Uso a sabedoria que meus erros trouxeram para aprender ainda mais, sem a pressa ou a cobrança de quem se maltrata, mas daquela que compreende a vida de um jeito mais maduro, mais amoroso e compassivo. Já aceito que sou imperfeita, e isso me iguala à toda humanidade - uma descoberta óbvia, mas, por ser decorrente de eventos que muitas vezes me pareceram exclusivos, deixa evidente que, acaso não perdoasse a mim mesma por minhas faltas, jamais compreenderia as alheias, e ficaria a julgar-nos, eterna e sofridamente.
Por outro lado, encontro-me em relatos divertidos - meu bom humor costuma expulsar as carrancas - ou de situações felizes, da infância e períodos da vida em que a felicidade fez morada na vizinhança de minha vida. Amores, filhos, netos, flores, poemas, amigos, viagens, lugares, animais, beijos, abraços, histórias, paladares, pessoas, conversas, doenças, dores, lamentos...são as vivências que saltam de seu repouso e acenam - felizes ou tristonhas.
Como eu disse para minha querida Jeanne há pouco - sim, foi seu post que sacudiu minhas lembranças, mas incluo tantos outros amigos nessas considerações, para, através desta breve ponderação, ficar aqui, exposta - existem amigos com esse dom de me levar para visitar lugares que vivi...a todos, agradeço pela ajuda, porque navegar pelas minhas águas interiores me permite mergulhar para alterar o rumo dessa embarcação - principalmente quando se perde na rota - mudando o destino de meus dias, transformando-os (me!).

27 de ago. de 2010

John Schaar


"O futuro não é o resultado de escolhas entre caminhos alternativos oferecidos pelo presente, e sim um lugar criado. Criado antes na mente e na vontade, criado depois na ação. O futuro não é um lugar para onde estamos indo, mas um lugar que estamos criando. Os caminhos não são para ser encontrados e, sim, feitos. E a ação de fazê-los muda ambos, o fazedor e o destino."


26 de ago. de 2010

Desnecessário falar...



Registrando uma sensação, apenas...




Um carinho especial

São pra você, Cristina. Para enfeitar teu dia e colorir tua alma. O corpo cansado pode repousar na alegria das flores - que hoje eu te ofereço, para combater o desânimo!
Beijo carinhoso!








25 de ago. de 2010

Clareza


"Quando as palavras são precisas não há necessidade de serem excessivas. Uma mente clara renuncia ao desperdício em nome da essência. Sua comunicação não produz ruído, o todo é absorvido. Com clareza, o compartilhar de ideias torna-se leve; e o aprender natural. Nenhuma interferência é capaz de romper a conexão entre os interlocutores. A atenção se volta para as palavras que levam consigo sentimentos verdadeiros."

22 de ago. de 2010

Provérbio Espanhol



Série "Provérbios"
do
Tecendo Ideias

Viver é ousar!

Reeditando...



Se a vida é uma saga,
um permanente buscar,
batalhas travadas,
guerra declarada,
passos seguros,
mente arejada,
o olhar no futuro,
num eterno planejar...
Escolher sem medo,
de tantos planos deixar,
buscando o humano,
querendo revolucionar,
errando ou acertando,
retendo ou soltando,
mantendo o objetivo,
de num porto seguro, chegar...
Se vale sonhar,
que seja grande,
ampliando os horizontes,
construindo ideais,
desbravando caminhos,
inventando atalhos,
seguros ou não,
pois sonhar é querer,
e viver é ousar!!

♥ Denise - 2006

Bondade


"Empacote as fraquezas, considere sua bondade. Deixe o passado ser passado. Deixe que esse momento seja verdadeiro. Que seu coração seja tão leve como a névoa sobre as águas. Que seus olhos sejam tão brilhantes como um farol na escuridão. Que suas palavras sejam tão poderosas como o amor que há nelas. Acredite na sua bondade e brilhe através da sua escuridão. Enfrente todos os seus medos com um sorriso e um aceno. Todas as suas lágrimas estão agora se transformando em diamantes. E todo o caminho por onde você passa está sendo pavimentado com ouro."

Bliss

20 de ago. de 2010

Transformação



"A transformação é movida pelo desejo de retornar a algo puro e original que foi esquecido ou adulterado com o tempo. A transformação é possível quando há um encontro com Deus. É o poder do amor de Deus que transforma as profundezas do eu. Quando Ele permanece abstrato, há pouca transformação. Quando Ele se torna pessoal e real, há um relacionamento através do qual é possível experimentar amor. É esse amor que traz fé e coragem para mudar."

18 de ago. de 2010

Aldous Huxley


"O degrau da escada não foi inventado para repousar, mas apenas para sustentar o pé o tempo necessário para que o homem coloque o outro pé um pouco mais alto."


Calma



I
"Silêncio é ouro. Quando a mente está quieta, podemos criar paz em qualquer lugar. A vibração caótica dos pensamentos negativos se acalma. E uma mente calma é capaz de se abrir às inspirações criativas. Como um incenso, eu libero o aroma dos pensamentos calmos e sentimentos puros. A fragrância alcança o ar, circula e preenche a atmosfera. Influencia os humores das pessoas ao redor. Cria um ambiente de tranqüilidade, conforto e bem-estar. Assim eu ajudo as pessoas e o mundo a ficar livre de tensões."


II
"A pressa mata o amor. Ela nos impede de ver o sentido na vida. Levantamos rápido, comemos rápido, nos vestimos rápido, vamos para o trabalho rápido, falamos rápido. No final do dia nos sentimos angustiados e cansados. Uma boa prática para ajustar o ritmo da respiração e dos pensamentos é começar o dia com uma breve meditação. Assim, mesmo que os eventos tentem nos pressionar, estaremos preparados para caminhar na velocidade correta."

16 de ago. de 2010

Ouvindo a natureza





Os sons que cortaram o silêncio eram os da natureza exuberante, num início de tarde ventoso de um dia ensolarado. Pássaros batiam asas e cantavam alegremente, e o vento sacudia as árvores com força, gesticulando seus galhos pesados de folhas verdes, lustrosas pelo orvalho abundante da noite fria.
Parei. Agucei os ouvidos, lembrando que estes sons, tão conhecidos, estavam esquecidos na memória atrofiada pelo asfalto, tomada pelo burburinho do shopping, asfixiada pela longitude dos campos. Cerrei os olhos, absorvendo as lufadas do vento nos cabelos revoltos, presa na música da natureza que me chamava pra esse reencontro – as vozes ao redor perderam a força, o tom, silenciaram ante o farfalhar do flamboyant de pigmentação púrpura, com seus cachos caindo sobre a trama de bambus.
O contraste com o céu azul, sem uma única nuvem, fez desse espetáculo um pedaço do paraíso em que me encontro. A natureza revelando sua beleza simples, despertando o que há de simples na percepção de olhos que captam mais do que imagens, ouvidos que processam os sons e os transformam em sinfonia divina.
Em comunhão com a pródiga natureza, a própria essência resplandece – pondo no peito o sossego e no coração a paz que envolve e acalenta o corpo completamente entregue aos seus encantos.


15 de ago. de 2010

Simplicidade


"Simplicidade é deixar o passado. Não as experiências acumuladas, mas deixar a dor. Aqueles que seguram a dor nunca podem ser simples. O fato de precisar passar por muitos estágios de aprendizagem, até chegar na simplicidade, é um paradoxo. Existe uma paisagem complexa antes de alcançar o calmo e simples mar. Esta é a virtude daquele que é espiritualmente antigo e também a posse daquele que é fisicamente novo. A atmosfera criada por aqueles que têm simplicidade faz com que todos se sintam confortáveis."

12 de ago. de 2010

Psiuuuu...


Recadinho...



Como diz uma amiga querida:
"carece explicar mais nada nauuummmm"...rs

11 de ago. de 2010

Amor



"Amor é o sol que não cobra por seus raios. É o ar que preenche todos os recipientes por dentro e por fora. É o oceano que aceita todos os tipos de rios sem questionar suas origens. É a árvore que não se vangloria ao dar sombra e abrigo e curva-se para oferecer seus frutos. É a água do mar que dissolve as rochas da arrogância inflexível. É a água doce do rio que mata a sede de todos que vêm na sua praia. É o chamado do sábio que ama o que sabe e sabe o que ama."

9 de ago. de 2010

O Alzheimer, pelo paciente.


Sou médico aposentado e professor de medicina. E tenho Alzheimer. Antes do meu diagnóstico, estava familiarizado com a doença, tratando pacientes com Alzheimer durante anos.

Mas demorei para suspeitar da minha própria aflição. Hoje, sabendo que tenho a doença, consegui determinar quando ela começou, há 10 anos, quando estava com 76. Eu presidia um programa mensal de palestras sobre ética médica e conhecia a maior parte dos oradores. Mas, de repente, precisei recorrer ao material que já estava preparado para fazer as apresentações. Comecei então a esquecer nomes, mas nunca as fisionomias. Esses lapsos são comuns em pessoas idosas, de modo que não me preocupei.

Nos anos seguintes, submeti-me a uma cirurgia das coronárias e mais tarde tive dois pequenos derrames cerebrais. Meu neurologista atribuiu os meus problemas a esses derrames, mas minha mente continuou a deteriorar. O golpe final foi há um ano, quando estava recebendo uma menção honrosa no hospital onde trabalhava. Levantei-me para agradecer e não consegui dizer uma palavra sequer. Minha mulher insistiu para eu consultar um médico. Meu clínico-geral realizou uma série de testes de memória em seu consultório e pediu depois uma tomografia PET,que diagnostica a doença com 95% de precisão. Comecei a ser medicado com Aricept,que tem muitos efeitos colaterais. Eu me ressenti de dois deles: diarreia e perda de apetite. Meu médico insistiu para eu continuar. Os efeitos colaterais desapareceram e comecei a tomar mais um medicamento, Namenda. Esses remédios, em muitos pacientes, não surtem nenhum efeito. Fui um dos raros felizardos. Em dois meses, senti-me muito melhor e hoje quase voltei ao normal.

Demoramos muito tempo para compreender essa doença desde que Alois Alzheimer, médico alemão, estabeleceu os primeiros elos, no início do século 20, entre a demência e a presença de placas e emaranhados de material desconhecido. Hoje sabemos que esse material é o acúmulo de uma proteína chamada beta-amiloide. A hipótese principal para o mecanismo da doença de Alzheimer é que essa proteína se acumula nas células do cérebro, provocando uma degeneração dos neurônios. Hoje, há alguns produtos farmacêuticos para limpar essa proteína das células. No entanto, as placas de amiloide podem ser detectadas apenas numa autópsia, de modo que são associadas apenas com pessoas que desenvolveram plenamente a doença.

Não sabemos se esses são os primeiros indicadores biológicos da doença. Mas há muitas coisas que aprendemos. A partir da minha melhora, passei a fazer uma lista de insights que gostaria de compartilhar com outras pessoas que enfrentam problemas de memória: tenha sempre consigo um caderninho de notas e escreva o que deseja lembrar mais tarde. Quando não conseguir lembrar de um nome, peça para que a pessoa o repita e então escreva. Leia livros. Faça caminhadas. Dedique-se ao desenho e à pintura. Pratique jardinagem. Faça quebra-cabeças e jogos. Experimente coisas novas. Organize o seu dia. Adote uma dieta saudável, que inclua peixe duas vezes por semana, frutas e legumes e vegetais, ácidos graxos ômega 3.

Não se afaste dos amigos e da sua família. É um conselho que aprendi a duras penas. Temendo que as pessoas se apiedassem de mim, procurei manter a minha doença em segredo e isso significou me afastar das pessoas que eu amava. Mas agora me sinto gratificado ao ver como as pessoas são tolerantes e como desejam ajudar.
A doença afeta 1 a cada 8 pessoas com mais de 65 anos e quase a metade dos que têm mais de 85. A previsão é de que o número de pessoas com Alzheimer nos EUA dobre até 2030. Sei que, como qualquer outro ser humano, um dia vou morrer. Assim, certifiquei-me dos documentos que necessitava examinar e assinar enquanto ainda estou capaz e desperto, coisas como deixar recomendações por escrito ou uma ordem para desligar os aparelhos quando não houver chance de recuperação. Procurei assegurar que aqueles que amo saibam dos meus desejos. Quando não souber mais quem sou, não reconhecer mais as pessoas ou estiver incapacitado, sem nenhuma chance de melhora, quero apenas consolo e cuidados paliativos.

O Alzheimer, pelo paciente
- O Estado de S.Paulo de 03/02/2010

Arthur Rivin foi clínico-geral e é professor emérito da Universidade da Califórnia.




Para maior esclarecimento e informações mais detalhadas, segue o link, ou, se você tem entre suas relações, familiares e cuidadores de pessoas acometidas da Doença de Alzheimer, pergunte se já conhecem o Portal ABRAz, Associação Brasileira de Alzheimer.

7 de ago. de 2010

Parabéns a vocês!


Aos amigos queridos que passam por aqui, o meu abraço carinhoso pelo dia dos Pais!!
Um ótimo domingo para todos, junto aos seus amados filhos!

Dia dos Pais



Ser pai deve ser tão difícil e maravilhoso como ser mãe. São duas metades de uma mesma medida de amor - e de responsabilidade.
O meu pai não tinha trinta anos quando nasci - sou sua primogênita - e por fotos vejo formas que minha memória olfativa registrava. Sim, lembro do cheiro de pai, e de sua voz. As lembranças de imagem começam sempre pelas duas contas azuis: seus olhos lindos, hoje mais tristes. A sua estatura sempre alta na conduta, bem maior que a física, e seu jeito quieto, observador e silencioso deve ter vindo junto com algumas outras heranças genéticas.
O centro de seu mundo era - e ainda é - a família, pra ela viveu e fez, a vida toda, do seu jeito e às vezes sem jeito...
Nos últimos anos, acalentou o sonho de ser bisavô, e quando afinal, o bisneto chegou, a alegria que seu rosto transmitiu inundou meu coração de gratidão - a Deus e ao meu filho, por esse presente tão esperado.
Quando os vejo juntos, penso que somos quatro gerações a viver o amor - de pai, de filha, de mãe. E de filho, de avô, de avó e bisavô. Confuso...rs...mas tão lindo que preciso dizer: obrigada meu pai, por tudo que me dá de bom, feliz teu dia! Meu carinho e amor.




No dia das mães, escolhi homenagear minha nora, não seria diferente no dia dos pais: escolho meu filho, o pai do ano, para homenagear.
Quando pela primeira vez pôs seu menino nos braços, eu estava presente. Foi um momento que eu sonhei ver, mas que minha imaginação subestimou a grandeza da cena. Seus olhos eram duas fagulhas que explodiram, apesar de mergulhadas na emoção. Seu sorriso derreteu meu coração, e essa cena, do meu menino segurando o seu, ficou presa na retina da minha memória - uma das mais lindas que já presenciei.
Mas isso faz cinco meses, e inúmeras cenas que observei desde então, enterneceram meu coração de mãe, alegrou meu coração de avó. "Tô louco pra ter meu moleque" não era força de expressão, ele estava pronto para ser pai, e que pai se revelou: comigo dividiu os primeiros banhos, aprendeu a trocar fraldas, a roupa, segurar no colo, por pra dormir.
Ele é mais do que pai atencioso, ele é apaixonado! É verdade que seu filho é apaixonante, mas ele está escrevendo, junto da mulher e do filho, uma linda estória de amor, uma caminhada de pai cuidadoso, uma trajetória traçada no ventre - quando o sonho e o desejo eram a matéria prima que recheavam aquele amor que cresceu junto com o bebê que se desenvolvia.
Eu olho os dois e meu coração se aquieta, sereno ele registra que aquele bebê, ao crescer, terá as marcas do amor paterno em profundidade, no seu coração. O pai já o tem cravado no dele, e marcado está seu nome na pele.
Quando paro pra falar deles, percebo como o tempo andou rápido, e agradeço por ter iniciado minha família bem jovem, isso me permitiu viver esta realidade com disposição, posso curtir esse neto e assistir a evolução dessa nova família, compartilhar de momentos que fazem a vida valer a pena - e sentir o amor transpirar nas mais lindas emoções.

Parabéns meu filho, pelo teu primeiro Dia do Papai!

Amo MUITO vocês três!!

Um pouco de sossego


Nesta trepidante cultura nossa, da agitação e do barulho, gostar de sossego é uma excentricidade.

Sob a pressão do ter de parecer, ter de participar, ter de adquirir, ter de qualquer coisa, assumimos uma infinidade de obrigações. Muitas desnecessárias, outras impossíveis, algumas que não combinam conosco nem nos interessam.

Não há perdão nem anistia para os que ficam de fora da ciranda: os que não se submetem, mas questionam os que pagam o preço de sua relativa autonomia, os que não se deixam escravizar, pelo menos sem alguma resistência.

O normal é ser atualizado, produtivo e bem-informado. É indispensável circular, estar enturmado. Quem não corre com a manada praticamente nem existe, se não se cuidar botam numa jaula: um animal estranho.

Acuados pelo relógio, pelos compromissos, pela opinião alheia, disparamos sem rumo – ou em trilhas determinadas – feito hâmsteres que se alimentam de sua própria agitação.

Ficar sossegado é perigoso: pode parecer doença. Recolher-se em casa ou dentro de si mesmo, ameaça quem leva um susto cada vez que examina sua alma. Estar sozinho é considerado humilhante, sinal de que não se arrumou ninguém – como se amizade ou amor se “arrumasse” em loja. Com relação a homem pode até ser libertário: enfim só, ninguém pendurado nele controlando, cobrando, chateando. Enfim, livre!

Mulher, não. Se está só, em nossa mente preconceituosa é sempre porque está abandonada: ninguém a quer.

Além do desgosto pela solidão, temos horror à quietude. Logo pensamos em depressão: quem sabe terapia e antidepressivo? Criança que não brinca ou salta nem participa de atividades frenéticas está com algum problema.

O silêncio nos assusta por retumbar no vazio dentro de nós. Quando nada se move nem faz barulho, notamos as frestas pelas quais nos espiam coisas incômodas e mal resolvidas, ou se enxerga outro ângulo de nós mesmos. Nos damos conta de que não somos apenas figurinhas atarantadas correndo entre casa, trabalho e bar, praia ou campo.

Existe em nós, geralmente nem percebido e nada valorizado, algo além desse que paga contas, transa, ganha dinheiro, e come, envelhece, e um dia (mas isso é só para os outros!) vai morrer. Quem é esse que afinal sou eu? Quais seus desejos e medos, seus projetos e sonhos? No susto que essa idéia provoca, queremos ruído, ruídos. Chegamos em casa e ligamos a televisão antes de largar a bolsa ou pasta. Não é para assistir a um programa: é pela distração.

Silêncio faz pensar, remexe águas paradas, trazendo à tona sabe Deus que desconserto nosso. Com medo de ver quem – ou o que – somos, adia-se o defrontamento com nossa alma sem máscaras.

Mas, se a gente aprende a gostar um pouco de sossego, descobre – em si e no outro – regiões nem imaginadas, questões fascinantes e não necessariamente ruins.

Nunca esqueci a experiência de quando alguém botou a mão no meu ombro de criança e disse:

- Fica quietinha, um momento só, escuta a chuva chegando.

E ela chegou: intensa e lenta, tornando tudo singularmente novo. A quietude pode ser como essa chuva: nela a gente se refaz para voltar mais inteiro ao convívio, às tantas frases, às tarefas, aos amores.

Então, por favor, me dêem isso: um pouco de silêncio bom para que eu escute o vento nas folhas, a chuva nas lajes, e tudo o que fala muito além das palavras de todos os textos e da música de todos os sentimentos.


Lya Luft, no livro Pensar é Transgredir

3 de ago. de 2010

Despedida


Achei que este momento seria mais fácil. A gente tem essa defesa pronta, achando que está preparado pra viver o inevitável. No caminho pra casa, percebi que teria de abandonar tudo que conheço sobre o assunto, ficando apenas com essa ardência no peito, uma espécie de soluço preso, talvez um grito - porque suspiro profundo não é, esse escapou em todas as vezes que foi preciso ensaiar a força, a robustez do gesto que preferia deixar os braços escorridos ao longo do corpo, inertes, como ela...
A natureza é caprichosa, como disse meu tio, tira de nossa mente a incompreensão da morte, o medo da despedida, o adeus pra sempre - e pra sempre é tempo demais, como anunciou sua filha.
Talvez tenha sido neste instante que a emoção se apoderou com toda sua força disfarçada em entendimento sobre esta viagem que, aparentemente, nenhum de nós escolhe fazer.
Olhei para os lados me detendo em cada rosto marcado pelo tempo, a família numerosa que parece estar sofrendo baixas com muita freqüência. Quando cheguei no rosto sofrido da minha mãe, algo se moveu dentro do meu peito, uma batida desritmada abriu uma porta qualquer que vem guardando essa informação, e o ímpeto de abraçar o corpo frágil e pequeno quase me fez correr pela sala cheia da capela.
Seus olhos de dor pareciam negar o que viam, e seu coração amoroso relutava em separar-se desta irmã tão companheira de jornada. Não sei se ocorreu a ela, mas parecia pensar que as intermináveis conversas ao telefone deixariam um vazio que não saberá preencher tão cedo. Continuando o passeio silencioso, ao seu lado o companheiro de uma vida toda, demorei-me observando os cabelos ralos e alvos, olhar vago, um pouco alheio ao mundo que o cercava.
Abraçada em mim, minha prima me disse que eu não conhecia aquela sua dor, e não conheço mesmo, mas palpitou aqui, quando os olhos do coração encontraram aquele par.
Precisava sair daquela letargia, vencer aquele princípio de medo, trancar essa porta. Movi-me devagar, até que os braços amparassem o corpo miúdo, alquebrado por mais esta perda. Aconcheguei minha mãe enquanto sentia o coração se espremer, lutando contra um desconhecido mal encarado e muito ruim...
Afastei aos poucos o pensamento, deixando flutuar as lembranças, que foram se enchendo do riso alto e gostoso que aquela mulher de estatura mignon recheava nossas reuniões de família. Parecia mentira aquela imobilidade e rigidez cercada por flores, velas e lágrimas. Acabou seu sofrimento, e mais uma etapa das nossas vidas, de agora em diante sem seus docinhos de festa e sua voz terna em cada momento que notava a tristeza em alguém. Todos sentirão a falta da "moça mais bonita da cidade", e eu que cresci entre suas palavras afetuosas e gestos de carinho explícito, nunca mais a ouvirei chamar sua Vera Fischer...
Lei natural da vida? Sim. Dói? Muito...

2 de ago. de 2010

Segunda-feira?


Boa semana pra você!

Beijos e carinhos meus!


1 de ago. de 2010

Tecendo (minhas) ideias...



Fazer é o verbo da ação. É aprendizado.
Tudo que fazemos diz respeito aos comportamentos, que são aprendidos, modelados, copiados, punidos, extintos, e podem ainda mudar, substituídos pelos novos.
Ser é o verbo do coração. É sentimento.
O que somos está inscrito no espírito, arde na dor, vibra na alegria, acaricia na ternura, aquece no abraço apertado, soluça na tristeza, alimenta no amor.

Fazer é dar existência. Ser, é existir.

Fazer, desempenha um papel.
Ser, exprime a realidade.

Fazer é dar forma.
Ser, é se formar.

O que fazemos, pode machucar.
O que somos, dói na alma.

O que fazemos, deixa marcas.
O que deixamos de fazer, um vazio.
No outro, em nós.

O que somos, imprime marcas.
O que seremos, estamos aprendendo.
Com o outro, sós.

O que fazemos, pode mudar o destino.
O que somos, tem o poder de modificar o mundo.

Tudo que fazemos nem sempre é pelo que somos - nem somos, tão somente, o que fazemos.
E o que fazemos daquilo que vamos descobrindo que somos, depende do que queremos fazer diferente do que fizemos - e ainda, do que (e como) desejamos fazer, para construir o futuro que temos.