“Planto flores no caminho para que não me faltem as

borboletas. Foram elas que me ensinaram que o casulo

não é o fim. É o começo."

Day Anne



19 de fev. de 2010

Aprendendo a conviver com quem se ama (4)



Capítulo 4

Lutas de Poder

Os relacionamentos devem contribuir para a vida das pessoas, pelos desafios que comporta, mas a luta pelo poder perturba os casais. Podem ocorrer apesar da existência do amor profundo entre eles, e serem indícios de que há alguma insatisfação presente por algo que não esteja sendo tirado do relacionamento. Até mesmo o amor que existe, pode estar visível nas entregas profundas, e nesses momentos parece que o casal abandonou o ringue, tal qual dois boxeadores que se dependuram um no outro ao soar o gongo. Esse momento de intenso amor é possível porque se amam verdadeiramente, e muito. Porém, no dia-a-dia, se ferem, e parar com isso parece difícil, porque implicaria em aprender a não adaptar-se aquilo que violente a si mesmo.
Walsch cita como exemplo para facilitar o entendimento: acaso sua mulher resolvesse começar a fumar, esse comportamento causaria dificuldade de adaptação, embora continuasse a amá-la. Juntos poderiam tentar encontrar uma solução, mostrando ao outro com toda honestidade este dado de realidade. Sem dar tom de chantagem ou sugerir ameaça, exporia seu sentimento, esclarecendo que não poderia adaptar-se ao seu vício, portanto, ainda que continuasse amando-a, teria de mudar-se de casa. Acaso ela retrucasse "Você quer dizer que está saindo de casa só porque estou fumando? Isso quer dizer que você está condenando meu comportamento?" Ele responderia: "Posso até entender que você tenha a sensação de que eu a estou condenando, mas o que eu quero mesmo transmitir é que desejo simplesmente viver minha verdade autêntica. E essa verdade é que quero ser feliz, amo você, mas não consigo viver numa casa com cheiro e fumaça de cigarro. Se você quiser continuar a fumar nesta casa, vou ter que viver em algum outro lugar, mesmo sabendo o quanto isso vai doer. E vou amar você, mesmo vivendo em outro lugar." Caberá a ela decidir a partir dessa aberta declaração.
O autor aborda ainda outra questão bastante freqüente que desencadeia lutas de poder, referentes ao tempo e disponibilidade para o outro - "você não passa comigo tempo suficiente ou está se dedicando a atividades com as quais não concordo." Na verdade, o que se deseja é a atenção do outro, estar mais tempo em sua companhia. Novamente o caminho é dizer com toda sinceridade que é fundamental essa presença, estabelecer um acordo, deixando ao outro, no entanto, total liberdade de escolha para o que for melhor para si, sem ressentimentos, acusações ou irritação. Apenas comunicar a verdade dos sentimentos e desejos, informar ao outro - com dor mas sem agressividade.
A partir do momento em que contamos para o outro aquilo que nos desagrada, pelo menos uma das duas pessoas desistiu da luta pelo poder, "retornando ao centro de seu próprio poder, permitindo-se ser, fazer e ter o que escolher, sem condenar o outro." Desta forma permitimos ao outro fazer um julgamento de valor e escolher, e não porque esteja sendo forçado, mas de maneira livre e decidida pode controlar um comportamento para evitar as conseqüências que também não o fariam feliz. É assim que o amor reage, não como queda-de-braço e sim buscando juntos a felicidade. "O amor não luta pelo poder. Nunca."

3 comentários:

neli araujo disse...

Denise,

Gostei muito da tua reflexão!

Não é fácil conviver com quem se ama.

Fui fumante inveterada, mas parei há 10 anos.
Impossível conviver na mesma casa (estreitamente) com um fumante hoje em dia. A minha pessoa já não tolera...

Com a idade nos tornamos mais seletivos em nossas escolhas...o cigarro é só um exemplo, rsrsrs

beijinhos e bom fim de semana!
Neli
Walsch

Denise disse...

Na verdade estou postando em capítulos este livro do Neale, sem considerações pessoais, entretanto, também como ex-fumante, imagino que não conseguiria dividir o mesmo espaço com um fumante. O que encanta é a forma simples como ele coloca uma maneira de cuidar de um conflito, uma dificuldade de relacionamento. Parece que na prática é dificílimo, mas lembro bem que fiz uma escolha quando decidi abandonar o cigarro...e a fiz por amor, principalmente a mim mesma, mas foi uma decisão que não implicou em luta interna...eu estava preparada internamente, é verdade, mas, recebendo "um dado de realidade" que tinha muita importância, pude optar sem sofrimento algum...sendo assim, comprovei que Walsch sabe o que diz...e que a coragem para decidir está sempre apoiada no amor!!


Obrigada pela visita tão carinhosa, querida!
Bjos e bom fds pra ti tb!

neli araujo disse...

Ai, que legal! :)

Desculpe, peguei o bonde andando e achei que era uma reflexão tua...

Vou tentar voltar depois das aulas para ler os posts anteriores.

Eu me lembro muito bem quando você parou de fumar!
Que bom que deixou de vez!

Tenha um ótimo fim de semana, Dê!

beijos,

neli