“Planto flores no caminho para que não me faltem as

borboletas. Foram elas que me ensinaram que o casulo

não é o fim. É o começo."

Day Anne



19 de fev. de 2010

Aprendendo a conviver com quem se ama (3)


Capítulo 3

Casamento


"O casamento, do modo como vem sendo estabelecido atualmente, como uma instituição, não tem validade, se considerarmos aquilo que os seres humanos desejam mais profundamente."
Essa premissa resulta de outra, que Walsch apresenta para "justificar" a afirmativa: "nós anunciamos e declaramos que escolhemos para nós mesmos é que o casamento seja a mais alta expressão da maior experiência de amor de que os seres humanos são capazes. [...] Em seguida, construímos uma instituição matrimonial e uma experiência matrimonial que produz exatamente o oposto disso: o casamento, na maioria dos casos, tornou-se a forma mais baixa de amor de que os humanos são capazes. um amor que possui, em vez de soltar. Um amor que ,limita, em vez de expandir. um amor que domina, em vez de libertar. Um amor que torna tudo ao seu redor menor, em vez de expandir."
Walsch fala da experiência criada dentro de um invólucro, uma casca que funciona como embalagem que contém - e deve manter - o casamento como foi concebido, "mas as pessoas e os aconteci,mentos se movem. Mudam. A vida é uma evolução. E, assim, o casamento, como o construímos, funciona contra o próprio processo da vida, porque, da forma como muitas sociedades, religiões e tradições familiares o conceberam, proporciona pouco espaço para se respirar, se expandir, para crescer."
Neale pondera que este tipo de casamento mais parece uma miniprisão, um arranjo contratual que "limita as pessoas e sufoca o espírito." E essa é a ironia do casamento - diz ele - dizemos sim e a partir desse momento não podemos fazer o que gostaríamos de fazer. A percepção desse fato chega após alguns poucos anos de casados, gerando crises pela redução - e não pela ampliação - da experiência de si mesmos no mundo. Naturalmente que não se pode afirmar que seja assim para todos, mas assim parece ser para um grande número de casamentos, a maioria deles. E "não tanto pelo fato das pessoas tenham se cansado uma das outras, mas por terem se cansado das restrições e das limitações que o casamento parece ter imposto a elas. O coração humano sabe quando lhe pedem para ser menos."
E o amor, por ter a ver com liberdade e ser a experiência mais autentica no âmbito humano, não combina com nenhuma estrutura artificial, dificultando a permanência das pessoas no amor. "O que temos de fazer então é reconstruir o casamento, de uma forma que proclame: "Eu não limito você. Não coloco condições para que seja bom permanecermos juntos. Não desejo de forma alguma impedir ou diminuir sua auto-expressão. Na realidade, o objetivo desse casamento, dessa nova forma de casamento, é abastecer e contribuir para a sua experiência - a experiência de quem você realmente é e de quem você escolheu ser."
Esse novo casamento diz ainda: "Eu reconheço que você mudará. Suas idéias mudarão, seus gostos mudarão, seus desejos mudarão. É melhor que todo o entendimento a seu próprio respeito mude, porque, se não mudar, você terá se tornado uma pessoa muito estática e rígida, e nada me desagradaria mais do que isso. Reconheço então que o processo de evolução provocará mudança sem você." Se assim fosse, não só seriam possíveis as mudanças, como as estimulariam.
Walsch aborda a questão da mudança que ocorreu com o s jovens nas décadas de 60, 70, quando começaram a praticar o que se chama viver junto, prática que está sendo seguida na atualidade por pessoas mais velhas, como alternativa talvez de viver livremente o amor. No entanto, Walsch ressalta que não está argumentando contra o casamento como instituição, mas sim está falando sobre aquilo em que é transformada instituição do casamento na maioria dos casos. Muitos deles foram construídos com tanto amor, que fogem dessa regra, ou pelo menos contam com a consciência dos parceiros de que desejam escapar desse movimento, tentando viver autenticamente a sua verdade, cada um com seus aspectos positivos e negativos dentro dessa relação, seus defeitos. E sobre a questão defeitos, ele lembra do que ouviu de uma professora sobre os seus, que acreditava, eram muitos. Ela o fez pensar que os ditos defeitos, dependendo de seu "grau" podem se tornar aliados, qualidades indispensáveis. "Neale, é apena suma questão de o volume estar um pouco acima do que devia [...] mas não tente mudar os seus aspectos, não tente eliminá-los de seu comportamento. Não os renegue. Abaixe um pouco o volume, só um pouquinho, e perceba que há um volume adequado desses aspectos de quem você é que os torna aceitáveis em todos os momentos."
Esta foi uma boa maneira de pensar no assunto, e serviu para ele como conscientização para controlar o volume dessas qualidades quando estavam exageradas. O verdadeiro relacionamento sabe disso tudo, e se fundamenta e se constrói sobre um paradigma novo, que usa três palavras mágicas: Como você quiser, e desta forma, "devolvendo as pessoas a si mesmas", mostramos estar preparados para viver o desafio de procurarmos "usar nosso relacionamento com o outro para conseguir aquilo que imaginamos necessitar a fim de sermos felizes."

4 comentários:

Regina Rozenbaum disse...

Eiiii Denise linda de viver!!!
Assunto delicado e complicado esse, né? Quanto mais leio, estudo, atendo, menos sei...mas insisto e persisto pois acredito.
Beijuuss n.c.

www.toforatodentro.blogspot.com

Denise disse...

É verdade Regina, delicado, envolvente e polêmico...o assunto e o autor...rs

Eu estou apenas postando uma espécie de síntese dos capítulos, sem intervenção pessoal. Mas pela natureza da questão, talvez abra espaço aqui para troca de opiniões, pensamentos, percepções. E assim, a gente ganha e propicia conhecimento.

Não acho fácil executar no dia-a-dia as premissas que Walsch defende. Mas talvez represente a liberdade de pensamento - de muitos de nós - sobre essa questão universalmente questionada, abrindo espaço para discussão. Isso é sempre saudável, não é mesmo?

Muito bom te receber aqui!!
Beijos

Armando Giovannetti disse...

Querida Denise.
Texto que nos leva a pensar em nossas vidas e olhar para trás e ver o que ja fiz e onde poderei fazer diferente.
Muito bom, adorei.
Bjs
Armando
P.S., Meu primeiro comentário.

Denise disse...

Armando, querido, que bom te encontrar aqui!!

Pois é, caminhando sobre os próprios passos é que muitas vezes encontra-se um novo caminho. Contudo, o importante é não estacionar num lugar que não existe, e sim viver tudo que temos, e que só existe no Agora!

O autor discorre sobre uma premissa de união que se fundamenta em realidades difíceis para nossa cultura, no entanto, se houver um mínimo de respeito pelo outro, ele já deixa de ser prisioneiro para existir como Ser...a transformação cultural é gradual, e demanda determinação aliada à princípios novos, como o de viver mais feliz, ainda que peça mudanças de porte grande, inusitada ou tida como improvável. Improvável é conseguir viver diferente sem mudar...

Adorei a visita, volte sempre!
Beijo grande.