O dia se levantou comigo, e, enquanto eu corria contra o relógio, desfilava a agenda repleta, urgente, na minha mente.
- Calma!, adverti-me. Não há segundo economizado que valha a gastura de começar o dia correndo.
Desço pelo elevador e me dirijo ao carro com os passos apressados ecoando na garagem. Bolsa jogada no banco do passageiro, ré engatada e manobra feita enquanto o portão abre. Mais um dia, pensei, ligando o som. Na saída da garagem, um carro mal estacionado não chega a bloquear minha passagem, mas dificulta a manobra. Sistematicamente tem ocorrido esse estresse por conta de uma construção ao lado. Quando o carro parado é de passeio fica fácil, e quando dou de cara com um caminhão fechando meu acesso à rua? Ando tendo acessos de raiva - contidos. Falar com eles não tem resolvido. Mas a pressa e o trânsito logo desviam minha atenção para outros assuntos.
O compromisso da manhã tomou mais de três horas, tempo justo para almoçar e correr para o trabalho. Trânsito difícil nessa hora pra quem mora no centro, em rua de movimento intenso. Dou a seta e...de cara com um carro - outro – este sim, impedindo a manobra para entrar na garagem. Respiro fundo e acelero adiante, fazendo um percurso de algumas quadras para voltar e conseguir a proeza de fazer um balão pra tentar entrar no restinho de guia rebaixada que sobrou. A essa hora eu não estava muito feliz não, e segurei o trânsito ocupando a rua pra manobrar. Entrei, saí a pé e falei com um dos rapazes da obra, solicitando que o dono do veículo fizesse a gentileza de tirar o carro – eu ia sair em seguida. Chega a dona da construção e pergunta qual era o babado. Qual é o babado? Respiro fundo e digo que isto vem acontecendo direto e está gerando incômodo para os moradores, e que não tem resolvido pedir com educação.
- Você está nervosa, calma...
Respirei de novo...você não estaria se precisasse pedir que tua garagem estivesse livre pra você sair? E aconteceu, hoje, quando saí e quando voltei.
Tá bom, resumindo, eu falei que da próxima vez talvez chamasse o guincho. Além do barulho, a sujeira, e agora o impedimento de acesso livre?
O almoço estava ótimo, o trabalho, como sempre, ocupou-me de maneira apaixonante. A tarde morreu, anoiteceu (hoje não esfriou!) e eu lá, envolvida com os pacientes, até que o último casal saiu. Fui guardando papéis, recolhendo xícaras e copos, deixando a sala prontinha para amanhã, desligando música, apagando luzes. Fechando a clínica, sai. Você pensa que acabou?
Na fila do caixa do supermercado, depois de uma compra que acabou sendo maior porque o feriado tai e já me adiantei, a visão de meus chinelos – salto nessa hora me dá uma aflição! – depois de um banho quentinho, uma sopinha e meu sofá, me faziam fechar os olhos pra criar a cena.
Minha vez! Saem as compras do carrinho, voltam pro carrinho e são postas no carro. Do porta-malas vão para outro carrinho, que vai subir o elevador (ahhhh! meus chinelos...) gente, não parece escravos de Jô esse vai-e-vem???? ...e dele sairão para a geladeira e armários. Não antes de calçar os chinelos!
É, mas ainda não terminou!!! Antes de subir, recolher tudo que tem no carro. Cedinho ele estará na revisão! Agora sim...subiiiindooo...
Durante o banho, nasce esta crônica. Agora vou parar, juro! Mas, antes, preciso encontrar uma imagem pra postar...rsrsrs
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Será que amanhã cedo consigo sair da garagem?...rsrsrsrs
6 comentários:
Odeio gente sem noção no trânsito em Brasília tem muito disso, a galera acha que pode tudo devem ser as largas avenidas, e a famosa conversa do "você sabe quem eu sou", ou a pessoa também sempre conhece alguém, enfim faz parte da vida infelizmente, beijão Denise :-)
É de manhã...
e estou aqui imaginando vc saindo livremente pela garagem, sem nenhuma interferência, sem nenhum babado.
Que tua quarta-feira seja repleta de paz, caminhos abertos e alegrias.
beijinhos De
Pois é Clayton, por não ser fácil, foi que imprimi um tom de humor - tanto no texto quanto na forma que escolho viver esses dias cheios, essas surpresas.
De fato já fui bem estressada com as coisas do cotidiano, mas a vida mesmo se encarrega de mostrar pra gente que não resolve entrar na energia da agitação, o que vem de retorno, além do azedume da alma e sintomas no corpo, é uma energia tão mal qualificada e danosa, que piora (e muito!) o que já não estava bom.
É difícil sim, pq nem sempre temos sucesso, mas tirar uma onda ainda é melhor do que mergulhar nesse caos, né não?....rsrs
Beijos, um ótimo dia procê!
Já olhei aqui de cima Zi, tá limpo...rsrsrsrs
Que teu dia seja assim como descreveu, irmiga.
O meu será, obrigada!
Bjo GRANDÃO!
Que maravilha do retrato fiel do cotidiano de uma cidade grande, onde não há mais nenhum respeito ao direito de ir e vir, onde cada dia mais estamos jogados nos braços do stress.E voce ainda mostra humor.É Denise,assim só mesmo escrava de Jó para não explodir.
Vou seguir,adorei vir aqui e toda sua bela definição de ser.
Um abração de toda paz,com todos os caminhos livres para voce,mas no feriado,rsrs.
Oi Toninho, sinta-se acolhido aqui no Tecendo, com muito carinho.
O humor salva a gente, assim eu penso. Prefiro isso a um ataque de nervos...rsrsrs
Os dias difíceis e pessoas irritadiças, o desrespeito, o cansaço, a repetição de um quadro estressante, retratam a realidade dos dias atuais, onde ganham espaço as mortes por infarto, quando na verdade o colapso é de outra natureza. Infelizmente...
Que legal que vc gostou, e resolveu ficar.
Um abraço de boas-vindas!
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