“Planto flores no caminho para que não me faltem as

borboletas. Foram elas que me ensinaram que o casulo

não é o fim. É o começo."

Day Anne



21 de jun. de 2011

Escrava de Jô?





O dia se levantou comigo, e, enquanto eu corria contra o relógio, desfilava a agenda repleta, urgente, na minha mente.

- Calma!, adverti-me. Não há segundo economizado que valha a gastura de começar o dia correndo.

Desço pelo elevador e me dirijo ao carro com os passos apressados ecoando na garagem. Bolsa jogada no banco do passageiro, ré engatada e manobra feita enquanto o portão abre. Mais um dia, pensei, ligando o som. Na saída da garagem, um carro mal estacionado não chega a bloquear minha passagem, mas dificulta a manobra. Sistematicamente tem ocorrido esse estresse por conta de uma construção ao lado. Quando o carro parado é de passeio fica fácil, e quando dou de cara com um caminhão fechando meu acesso à rua? Ando tendo acessos de raiva - contidos. Falar com eles não tem resolvido. Mas a pressa e o trânsito logo desviam minha atenção para outros assuntos.

O compromisso da manhã tomou mais de três horas, tempo justo para almoçar e correr para o trabalho. Trânsito difícil nessa hora pra quem mora no centro, em rua de movimento intenso. Dou a seta e...de cara com um carro - outro – este sim, impedindo a manobra para entrar na garagem. Respiro fundo e acelero adiante, fazendo um percurso de algumas quadras para voltar e conseguir a proeza de fazer um balão pra tentar entrar no restinho de guia rebaixada que sobrou. A essa hora eu não estava muito feliz não, e segurei o trânsito ocupando a rua pra manobrar. Entrei, saí a pé e falei com um dos rapazes da obra, solicitando que o dono do veículo fizesse a gentileza de tirar o carro – eu ia sair em seguida. Chega a dona da construção e pergunta qual era o babado. Qual é o babado? Respiro fundo e digo que isto vem acontecendo direto e está gerando incômodo para os moradores, e que não tem resolvido pedir com educação.

- Você está nervosa, calma...

Respirei de novo...você não estaria se precisasse pedir que tua garagem estivesse livre pra você sair? E aconteceu, hoje, quando saí e quando voltei.

Tá bom, resumindo, eu falei que da próxima vez talvez chamasse o guincho. Além do barulho, a sujeira, e agora o impedimento de acesso livre?

O almoço estava ótimo, o trabalho, como sempre, ocupou-me de maneira apaixonante. A tarde morreu, anoiteceu (hoje não esfriou!) e eu lá, envolvida com os pacientes, até que o último casal saiu. Fui guardando papéis, recolhendo xícaras e copos, deixando a sala prontinha para amanhã, desligando música, apagando luzes. Fechando a clínica, sai. Você pensa que acabou?

Na fila do caixa do supermercado, depois de uma compra que acabou sendo maior porque o feriado tai e já me adiantei, a visão de meus chinelos – salto nessa hora me dá uma aflição! – depois de um banho quentinho, uma sopinha e meu sofá, me faziam fechar os olhos pra criar a cena.

Minha vez! Saem as compras do carrinho, voltam pro carrinho e são postas no carro. Do porta-malas vão para outro carrinho, que vai subir o elevador (ahhhh! meus chinelos...) gente, não parece escravos de Jô esse vai-e-vem???? ...e dele sairão para a geladeira e armários. Não antes de calçar os chinelos!

É, mas ainda não terminou!!! Antes de subir, recolher tudo que tem no carro. Cedinho ele estará na revisão! Agora sim...subiiiindooo...

Durante o banho, nasce esta crônica. Agora vou parar, juro! Mas, antes, preciso encontrar uma imagem pra postar...rsrsrs

*

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Será que amanhã cedo consigo sair da garagem?...rsrsrsrs


6 comentários:

Tha Boss disse...

Odeio gente sem noção no trânsito em Brasília tem muito disso, a galera acha que pode tudo devem ser as largas avenidas, e a famosa conversa do "você sabe quem eu sou", ou a pessoa também sempre conhece alguém, enfim faz parte da vida infelizmente, beijão Denise :-)

Bloguinho da Zizi disse...

É de manhã...
e estou aqui imaginando vc saindo livremente pela garagem, sem nenhuma interferência, sem nenhum babado.
Que tua quarta-feira seja repleta de paz, caminhos abertos e alegrias.
beijinhos De

Denise disse...

Pois é Clayton, por não ser fácil, foi que imprimi um tom de humor - tanto no texto quanto na forma que escolho viver esses dias cheios, essas surpresas.
De fato já fui bem estressada com as coisas do cotidiano, mas a vida mesmo se encarrega de mostrar pra gente que não resolve entrar na energia da agitação, o que vem de retorno, além do azedume da alma e sintomas no corpo, é uma energia tão mal qualificada e danosa, que piora (e muito!) o que já não estava bom.
É difícil sim, pq nem sempre temos sucesso, mas tirar uma onda ainda é melhor do que mergulhar nesse caos, né não?....rsrs

Beijos, um ótimo dia procê!

Denise disse...

Já olhei aqui de cima Zi, tá limpo...rsrsrsrs

Que teu dia seja assim como descreveu, irmiga.
O meu será, obrigada!
Bjo GRANDÃO!

Toninho disse...

Que maravilha do retrato fiel do cotidiano de uma cidade grande, onde não há mais nenhum respeito ao direito de ir e vir, onde cada dia mais estamos jogados nos braços do stress.E voce ainda mostra humor.É Denise,assim só mesmo escrava de Jó para não explodir.
Vou seguir,adorei vir aqui e toda sua bela definição de ser.
Um abração de toda paz,com todos os caminhos livres para voce,mas no feriado,rsrs.

Denise disse...

Oi Toninho, sinta-se acolhido aqui no Tecendo, com muito carinho.

O humor salva a gente, assim eu penso. Prefiro isso a um ataque de nervos...rsrsrs

Os dias difíceis e pessoas irritadiças, o desrespeito, o cansaço, a repetição de um quadro estressante, retratam a realidade dos dias atuais, onde ganham espaço as mortes por infarto, quando na verdade o colapso é de outra natureza. Infelizmente...

Que legal que vc gostou, e resolveu ficar.
Um abraço de boas-vindas!