“Planto flores no caminho para que não me faltem as

borboletas. Foram elas que me ensinaram que o casulo

não é o fim. É o começo."

Day Anne



15 de dez. de 2009

Partida

A vida esmorecendo no corpo de quem amamos é uma das provas de fogo do desapego, da visão de vida e morte que construímos dentro de nós. O fato é que, no instante dessa revelação insolúvel, o chão treme e o coração dispara. Toda a porção humana de nosso ser entra em vigência para acudir a tristeza que chega, carregada de antecipada saudade e impotente ação. Manifestação generalizada da impossibilidade que refugia, parcialmente, nossa alma no porão dessa dor invasora.
Esse sentimento não se dilui facilmente na atitude resignada, a não ser com o salvo-conduto da lei evolutiva que assinala outros fatos a considerar. Esse estágio nos socorre após a superação da surpresa e desmaterialização dos significados construídos. A aceitação que não precisa negar o que o coração sente, mas que esteja plena da convicção da primeira ordem...quando partir está na causa primeira desta nossa passagem.

4 comentários:

Adelia Ester Maame Zimeo disse...

Denise, ouvi comentários favoráveis sobre o filme:"A Partida". Trata sobre este tema, tão bem explanado aqui em seu post. Beijos.

¤BIA¤ disse...

Realmente uma PARTIDA, um ADEUS ATE BREVE nao é facil, seja de que maneira for.
Dizem que nos preparam para a nossa VIAGEM. O corpo é apenas uma embalagem tao sutil que em um sopro se desfaz. Lutamos a vida toda pela sobrevivencia mas é sublime o desapego da materia pelo espirito!!!!
Eu presenciei isso.. e tenho saudades de sentir o calor daquele corpo!!!! Ainda vou chegar la..nessa sublimacao... um dia.. e espero poder passar tranquilidade para quem estiver de meu lado !!!

Denise disse...

Oi, Adelia.
Estou gostando tanto da tua Presença entre minhas reflexões...
Grata pela dica, como vc sabe, o momento da perda iminente tende a alterar todo o sistema familiar, que busca um entendimento maior para os sentimentos novos, ao mesmo tempo em que aparecem as tantas dúvidas e dívidas invisíveis povoando os mundos internos...vou assistir e, se for o caso, recomendar.
Volte sempre. A casa é nossa!
Bjos

Denise disse...

Pois é minha amiga, desapegar-se é a arte de dizer não sem recusar, porque não se trata de "não querer", mas sim de compreender outra instância da vida, abandonando conceitos, separando-se do "supérfluo" em nome de uma causa tão maior. É sublimação sim, a purificação da alma. Desapegar-se da vida terrena é voltar-se para outra dimensão...e para isso ainda há pouco preparo. Ou estaremos inaugurando tempos novos que descortinam e acenam para realidades que renunciam ao que conhecemos até aqui?
Que tenhamos tranqüilidade e saibamos - desde agora - conduzir esse aprendizado a caminho da evolução.
Bjo grande, amiga!