“Planto flores no caminho para que não me faltem as

borboletas. Foram elas que me ensinaram que o casulo

não é o fim. É o começo."

Day Anne



9 de dez. de 2007

Saudade de mim...



Feito rio caudaloso, imagens desbotadas
desfilam diante de mim, destituídas das cores
da alegria de outrora...sem lamentos...
Sem força para ressuscitar o brilho que existiu.

Numa torrente de fluxo incontrolável
se sucedem, invasoras...querem se despedir.
Deixo que aflorem...que derramem sua presença,
provocando o triste esgar do adeus.

Acaricio em pensamento cada flash que cintila
na memória dos momentos ruidosos, alegres, febris.
Desfaço aqueles que prendem na garganta a angústia
das horas insanas...infelizes...esses quero esquecer!

Ouço sons, choros infantis, vozes...mamãe!
Sinto cheiro de talco, a temperatura da água do banho...
as roupinhas diminutas, passos errantes, bocas cheias a falar,
o riso solto no ar...são meus filhos à brincar!

Nada disso se apaga, tudo permanece, para sempre.
Aprisiono essas imagens, capturando as sensações
que aquecem a alma e congelam as emoções!
Tanta vida foi vivida...tanto amor que não morreu.

Passo a limpo esse passado...resgatando o que foi bom,
apagando nesse quadro, as letras tortas que escreveram
sem nexo, no descompasso, com descaso, sem paixão!
Seqüestro em causa própria, as marcas boas no coração.

♥ Denise

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