A vida bem-nos-quer, pois permite que revejamos conceitos inúteis, revisemos trajetórias frustradas, visitemos a bagagem adquirida para agasalharmo-nos dos valores que não se extinguem ao brado da vicissitude ou naufragam pela fúria das tempestades emocionais.
Essa oferta de paz que nasce do ponto íntimo de nossa alma, é como a revoada dos pássaros que vai visitar novos lugares, distanciando-se do ninho acolhedor pouco valorizado, reconhecendo seu valor ao afastar-se do conforto degradado. De longe, a imagem ganha nova vida, mais nítida, mais fiel à beleza real que a construiu. Essa graça vem da vida que bem-nos-quer, nos presenteando com essa capacidade singular - como somos - e primordial para o bem viver.
Se partes da experiência vital foram perdidas, a generosidade da própria natureza criadora gera novos tempos de semeadura, colheitas futuras que podem refletir em cada queda o novo caminhar pelo solo da boa vontade, da oportunidade d'Aquele que felizes nos quer ver.
2 comentários:
Este teu poema me lembra a sindrome do ninho vazio ou processo de individuação-é belo e doloroso-eu vivi!
Repito sem me cansar: vc escreve muito bem!!
Bom final de semana
Pois e não sei do que falas???...rs
A síndrome do ninho vazio é um período difícil...pode nos lançar num abismo.
Acho que escrever é um processo...que está intimamente interligado ao sentimento. Esse texto "brotou sem fôlego"...saiu inteiro, num arroubo que não interfiro. Só lanço mão do coração. Que bom que gostas!
Bjos e bom fds pra vc tb, Rejane!
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