O desejo está intimamente ligado ao coração. É lá onde ele nasce, resultado dos sentimentos que alicerçam sua construção. Cumpri-los é uma meta, tarefa que nem sempre depende da gente quando está vinculado a outros quereres, e ainda mais , aos quereres de outros.
Nossas "vontades" - os desejos - vão se desenhando, não pedem licença, nem precisam de aval. Crescem em torno da avenida que tem trânsito na contra-mão, mas o desfile dos entalhes de todas os detalhes que envolveram a valente disposição, não toma susto no contra-fluxo ou sai correndo em meio à confusão. Os desejos quando ouvem seu Mestre e ganham corpo dentro de nossa arquiteta inexperiente - a ingênua vontade - permitem traços perfeitos de uma obra cujo alicerce desconhecem (seu serviço é querer!). Feita de ternura, de amor a obra enfeita a cidadela do coração. Quando se move ao seu destino, entretanto, o nobre desejo parte cego de sonhos acalentados, desconsiderando que passos mais largos e desavisados podem tirá-lo do caminho.
O amor, que sustenta o desejo, corre no socorro de sua sina, mas nem sempre encontra eco na mão dupla; outras vezes corre tanto - quase em desespero! - que se perde na contra-mão, cujo caminho precisa refazer dentro do tempo e do fôlego de que dispõe.
Sustentar um desejo envolve tantas circunstâncias que, salvo pelo que o alimenta, se salva a tempo de existir - ainda que enfermo, não se entrega. Teimosia e temor não são bons parceiros. Um quer seguir, o outro, se retirar. O amor precisa apenas do co-piloto para navegar, seguro na candura que o embala; afinal, como lembra Moska, "a vida só existe quando o amor navega."
Desejo acompanhado, torna a viagem mais tonalizada...encantada!
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