“Planto flores no caminho para que não me faltem as

borboletas. Foram elas que me ensinaram que o casulo

não é o fim. É o começo."

Day Anne



21 de mar. de 2009


Ainda ontem o som cristalino de seu riso pegava carona no tempo de sua infância ao encher a casa com sua alegre toada, me transportando sempre para sua meninice tagarela e vivaz.
Hoje ela pareceu saída do balanço infantil que espalhava seus cachos loirinhos no vento ao deslizar para o alto e cair vertiginosamente rente ao solo.
Corajosa criança que hoje define seus próximos passos, firmes, rumando para a vida partilhada que quer eternizar. O comunicado, que provocou desta vez vertigem em mim, saiu num tom sereno, meigo-maduro, e as imagens em flashes que invadiram minha mente lampejaram minha criança correndo por aquela mesma sala, jogando o corpinho sobre o sofá, gargalhando tanto que comprimia os olhos no rosto pequeno.
Seu riso ecoava em meus ouvidos repletos de saudade enquanto os braços que ampararam tantas quedas e consolaram tantas dores, acolhiam, inundados de amor a menina-mulher que no embalo da vida, alça voo alto nos sonhos que constroi. E este abraço demorado, trêmulo, troca em seguida o corpo que abraça, mas não o acolhimento, tão pouco a emoção. Se bem-vindo já era, toma agora conta - e posse! - de um lugar que é só seu neste impactado coração...
De novo olho para minha pequeninha, a vejo feliz, sorrindo para o futuro que está batendo na porta da casa que hospeda a história desta hoje mulher...

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