A cena curiosa me prendeu a atenção momentaneamente.
Uma bicicleta, dois passageiros. Ele com os pés nos pedais e a mão direita sobre os ombros dela, que conduzia o veículo pelos guidões. - Nada demais, você diria. O que ficou visível ali, naquele casal, foi o sincronismo da confiança. Ele prestando atenção no sinal abrindo ou fechando, ao mesmo tempo em que imprimia a velocidade correta do pedalar para vencer o percurso, ou reduzir, buscando o efeito parar. Ela seguia desviando os obstáculos, mas não se encontrava sozinha nessa tarefa que visivelmente era de ambos.
No mesmo instante em que observava a cena por dois ou três quarteirões, minha mente pulou, rápida, para a ponte que fiz analogamente para o que é viver o amor a dois. Não difere da cena da condução de uma bicicleta no trânsito num fim de dia, numa tarde que trazia a chuva refrescante, numa capital com movimento reduzido pela época em que migram seus habitantes para o ar praiano. A cidade está num momento atípico, o tempo mudou, mas o casal seguiu para onde tinha de ir. Talvez cobrisse o percurso com maior dificuldade e risco, mas, juntos, seriam a equipe que presenciei, num singular ritmo de caminhada, numa harmonia perfeita de movimentos para atingir a meta. O amor, sincronizado no peito e na alma, teria nos amantes o mesmo efeito catalisador. E talvez riscasse as ruas da vida na direção pretendida com a mesma sabedoria de um despretensioso casal de ciclistas...confiantes. Simples assim!
♥ Denise
2 comentários:
Um dia observei cena semelhante. Um pai com um filho pequeno sentado numa cadeirinha amarrada ao guidon da bicicleta(provavelmente adaptada por ele).Passeava com a tranquilidade e a certeza que estava oferecendo um magnífico e inesquecível momento de prazer.Que pena que nessa época eu não tinha um celular com câmera fotográfica! Estava diante do "amor sobre rodas"!!
Muito bom!!
Reli sentindo voltar a cena, Re(jane), quase materializando o casal sobre as rodas, em uníssono - o amor está em todos os lugares, basta que não fechemos os olhos da alma, pra ver, como o pai e o filho onde vc enxergou o amor sobre rodas...
A cidade estava vazia, as ruas bucólicas permitiam esse desvio de minha atenção, permitia ao amor exibir-se, faceiro!
Bj
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