Minha amiga Norma, do Blog Pensando em Família,
sugeriu uma blogagem abordando o tema: como você apontaria os
benefícios e malefícios principais da influência da tecnológica e das redes
sociais no seu contexto familiar?
Os benefícios da
tecnologia – que é desenvolvida por pessoas, para pessoas e alimentada por
pessoas – são frutos da criação de meios que nascem com o fim de produzir a melhoria na comunicação, a praticidade,
velocidade no envio de informações,
agregando a estes as vantagens para quem não possa se deslocar ou freqüentar os mesmos lugares.
O uso desordenado de tudo
que seja criado para determinados fins, compromete a essência da ideia
original, sofre sua influência maléfica, mas ainda assim, se presta a cumprir seu papel. O prejuízo é daquele
que extrapola o uso, desperdiça tempo que poderia – e deveria – investir nas
relações que ocupam sua vida real. É saudável pesquisar nas incontáveis fontes
que temos à disposição (as enciclopédias são livros esquecidos nas estantes),
assim como as redes sociais também deram a oportunidades de parentes e amigos
distantes se reunirem, e a interação
alivia a saudade, as angústias naturais de quem vive longe.
Tenho familiares que
moram em outro país, meus sobrinhos são meninos que saíram do Brasil antes da
adolescência, já tinham o vínculo forte com as famílias, por isso não há
comprometimento no fato de hoje, forçosamente, acompanharmos o desenvolvimento
por redes sociais e conversas online.
Mas, onde mais a
tecnologia, em tempo real, contribui para o bem estar da minha família, é quando
promove a interação com meu filho, nora e neto que moram longe. Acompanho sua gravidez
já em fase final, participando da evolução da gestação, e através das imagens de
ultrasson, visualizadas pelos meios tecnológicos (foto, filmagem em DVD) participo da vinda de meu neto.
Gente, eu conto história
até meu neto dormir, via Skype. Acho bárbaro! O iPad fica ao lado dele, e desta
forma, mantenho o que faço presencialmente: converso e brinco da maneira que
dá, participo do jantar deles, atualizamos os assuntos, até música ouvimos
juntos, vejo e ouço meu filho na guitarra, isto nos mantém próximos, e não tem
o que pague!
Em muitas manhãs fui despertada por uma foto risonha acompanhada de um "bom dia, vovó!", influenciando meu humor e energia para um dia mais feliz!
Com os amigos que moram
em diferentes cidades, em outros estados, é freqüente o uso de telefones, redes
sociais, e-mails. A moderação na utilização destes meios tem sido a tônica
geral das reflexões sobre a questão, porém, ressalvo que a orientação tem que
começar cedo, porque é prematuro o hábito da atividade que tirou as crianças do
quintal, das praças, do convívio com a família. Meu neto de pouco mais de três
anos manuseia o iPad com uma desenvoltura alarmante – pra esta avó do tempo do
rádio....rsrs – ele adora jogar, faz até atualizações (eu vi!!), mas tem
limites e regras pra respeitar. Parquinho pra ir, amiguinhos pra brincar,
árvores pra subir, escola, infância pra viver!
Claro que não
dá pra ignorar a realidade dos absurdos, como ocuparem o mesmo espaço, cada
membro da família grudado num aparelho, trocando mensagens sem parar, mas, também devemos lembrar da implantação de sistemas que permitem aos pais
acessarem o site da escola, acompanhando notas, agendas de estudos, trabalhos. É o tal do "mal
necessário" que acabou tomando conta da nossa rotina?
O maior dos
prejuízos, na minha visão, é a troca de tudo que envolve o convívio presencial
– toque, olho no olho, silêncio que fala, abraço, colo, ombro, companhia, rir
junto, secar as lágrimas, ver nascer a emoção nos olhos rasos d`água – pelo
toque de um teclado, ficando preso numa tela que rouba a vida que passa muito
rápida!
No nosso
caso a grande vantagem é a tessitura
desta rede de amigos, gratificante resultado de uma reunião de afinidades,
afetos e trocas tão bonitas!!