O Cantinho da She está em festa, e os convidados receberam um especial presente: o convite Venha para a minha festa, com o tema CONTAR UMA ESTÓRIA DE AMOR QUE A GENTE VIVEU OU PRESENCIOU.
Pode haver assunto mais gostoso pra falar?
Obrigada querida, falar deste amor é realmente um presente, e que teu Cantinho tenha vida longa e morada eterna nos corações amigos. Teu jeitinho me cativou e teu blog me encantou, estou feliz por fazer parte desta minha primeira Blogagem Coletiva - já imagino quantos relatos lindos irão nos emocionar. 
Vamos à minha história de amor, então...
Tudo começou há muitos, muitos anos atrás, quando observava os olhos transbordando amor, uma infinita paciência e uma devoção sem limites. Eu achava que sabia o que via, que entendia aquele amor - não podia ser diferente do meu.
Hoje sei que os olhos derramam o amor que jorra no peito da gente, como uma barragem aberta sem trava nenhuma, e que aquela paciência é fruto da fase serena desse amor doce e completo - nem maior ou mais bonito, apenas diferente. Mas a devoção...essa nasceu no exato instante em que meus olhos alcançaram aquele Ser róseo, embrulhadinho numa manta azul enquanto esperava pelo primeiro banho.
Acertou! A minha história de amor é sobre a chegada de meu neto, que mês que vem faz um ano.
Meu coração primeiro falhou, depois deu um salto, a respiração ficou em suspenso e minhas pernas, momentaneamente, ficaram pregadas no chão: a réplica perfeita de meu filho parecia olhar pra mim. O amor, que estava pronto, explodiu ali, desceu em gotas pelo rosto, e se derramou quando o pus em meus braços, pela primeira vez.
Eu experimentara momentos de amor indescritíveis na vida, porque para que este acontecesse, antes vesti-me de branco, subi ao altar e dali segui ao lado do meu grande amor. O pai de meu neto, nosso primogênito, veio para fazer de nós, uma família. O amor se multiplicava, e a gravidez me levou a um estado de felicidade que não sei exprimir - o céu era o limite pra mim. Menos de cinco anos depois era a vez da nossa menina completar aquela felicidade, enchendo a casa de lacinhos e bonecas - e meu coração de uma alegria perfeita: realizei o grande sonho da minha vida.
Desde então, observava os avós deles dois - a ternura daquele amor que não se modifica, isso é visível e quase palpável, vendo minha mãe de bisneto no colo toda derretida para aqueles que chegaram antes e fizeram dela, avó. Assistindo a ternura de meu pai se repetir, com idade avançada e a capacidade de amar, intacta.
Diferente dos meus filhos - por medo, inexperiência, cesárias e avós presentes - o primeiro banho eu que dei, dele cuidei nas primeiras semanas, segurei nas mãos o umbigo que caiu, e a cada vez que chegava para covórujar, sentia seus olhos vivos me reconhecendo - e sou capaz de jurar, sorrindo pra mim. Hoje, já não tenho dúvidas...rs
Minha história de amor é igual a de milhares de avós, cujo amor deve ser parecido com o meu, mas o meu é especial porque é meu - e agora que realmente conheço esse amor, e dele desfruto e por ele me apaixono mais e mais (se isso é possível), posso afirmar que ser avó é ter o céu nas mãos, porque cabe neste coração o amor maior - pelos meus filhos - e este amor perfeito, sereno, derramado e sem igual.
E pra finalizar, vejam se faz sentido pra vocês: perguntando "cadê o amor da vó?", ensinei a ele bater a mãozinha no peito. Ele aprendeu (apesar do ar de descrédito da platéia...rs), e agora me provoca quando passo por ele: com um sorriso cheio de dentinhos brancos e os olhos marotos que sorriem também, bate no peito e inclina a cabecinha.
Logo, logo, vou ouvir um chamado...e meu coração certamente vai falhar, mas dessa vez os pés irão correr, os braços no ar o levantar, e os olhos, penso...irão, uma vez mais, o meu amor derramar.
É ou não é uma linda história de amor,
essa entre nós dois!?