“Planto flores no caminho para que não me faltem as

borboletas. Foram elas que me ensinaram que o casulo

não é o fim. É o começo."

Day Anne



9 de nov. de 2008

A dor e a delícia de ser o que é...



Conversando com minhas memórias, ouvi risos e senti saudade. Fechei os olhos pra ver o tempo...e ao perpassá-lo pelas estranhas andanças das recordações, dei de cara com rostos abandonados, esquecidos e desfigurados pela ação inconseqüente de gestos impensados. Resgatei-os de imediato!

O encontro com a juventude trouxe o amargor dos dissabores e o frenesi das descobertas, a inquietude do que não foi vivido e a deliciosa sensação da transgressão. A vida adulta se misturou no emaranhado das dificuldades e não encontrou mais o esconderijo das traquinagens juvenis. Essa fenda estreita se abre e se fecha, num jogo interessante que pune e premia. Causa dor e alegria.

Um lampejo do resgate de algumas imagens por uma fração de segundos suspendeu a respiração e pos em agonia a traidora construção mental desses momentos distantes. Embora desbotadas, certas lembranças persistem e não se apagam, ao contrário, se multiplicam e revezam a presença. No entanto, se fazem replay dos melhores momentos, dão logo um stop na tristeza. Deve ser a defesa inconsciente construída pela decisão de manter a escolha de ser feliz!

Por isso hoje, só quero por companheira a magia do retorno da viagem que me compôs. Nesse caminho por onde andei tem os rostos que vi e que jamais serão esquecidos, porque não dá pra deslembrar quem se ama, impossível desfigurar uma imagem querida ou abandonar uma história de vida.

Há dias e noites que são longos demais, esse tempo eu uso para construir impérios dentro de mim para abrigar para sempre os meus amores. É esse o lugar que visito quando conversar com minhas memórias necessito.

♥ Denise

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